Os países-membros do Mercosul, entre os quais o Brasil, emitiram comunicado repudiando a violência dos últimos dias na Venezuela e condenaram as ameaças de quebra da ordem democrática feitas por oposicionistas. Desde o começo dos confrontos entre defensores do governo e membros da oposição, três pessoas foram mortas e cerca de 70, detidas.

“Os Estados membros do Mercosul reiteram seu firme compromisso com a plena vigência das instituições democráticas e, nesse marco, rechaçam as ações criminosas dos grupos violentos que querem disseminar a intolerância e o ódio na Venezuela como instrumento de luta política”, diz comunicado divulgado no fim da noite de ontem (16).

Em nota, a Argentina, o Brasil, o Paraguai e o Uruguai; a Bolívia, que está em processo de adesão ao bloco; e os Estados associados, Chile, Colômbia, Equador e Peru, instam o governo e a oposição da Venezuela a continuar aprofundando o diálogo sobre as questões nacionais dentro da institucionalidade democrática e em um Estado de Direito.

Ontem, a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) também divulgou comunicado em que manifesta repúdio à recente onda de violência na Venezuela. “A Unasul rejeita os recentes atos violentos na Venezuela e a intenção de desestabilizar a ordem democrática constituída legitimamente pelo voto popular. Também expressa solidariedade às famílias das vítimas”, diz o comunicado.

Além dos blocos da América do Sul, outros países se manifestaram neste fim de semana sobre os acontecimentos no país. Estados Unidos, Equador, Bolívia e Chile enviaram mensagens ao governo venezuelano. O secretário de Estado americano, John Kerry, disse que os Estados Unidos estão “profundamente preocupados pelas crescentes tensões e violência na Venezuela”.

A Chancelaria chilena enviou condolências ao povo venezuelano e ao governo, em especial às famílias das vítimas dos atos violentos. O presidente do Equador, Rafael Correa, também falou sobre a violência dos protestos no país vizinho. Em seu programa de rádio e , ele referiu-se aos acontecimentos dizendo que a “ultradireita usa como estratégia envenenar a alma das pessoas”.

Na noite de ontem, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou que expulsará do país três diplomatas norte-americanos. Sem revelar os nomes, Maduro acusou o governo dos Estados Unidos de “tentar legitimar os atos desestabilizadores”, fazendo referência aos protestos que vêm ocorrendo no país desde quarta-feira (12).