Menino assustado foi o primeiro a avisar sobre naufrágio na Coreia do Sul

O primeiro pedido de socorro vindo da balsa que naufragou na Coreia do Sul partiu de um menino com voz trêmula, três minutos depois de a embarcação fazer a curva final. Ele ligou para o número de emergência na Coreia do Sul, que o transferiu para os bombeiros, que por sua vez acionaram a Guarda […]

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O primeiro pedido de socorro vindo da balsa que naufragou na Coreia do Sul partiu de um menino com voz trêmula, três minutos depois de a embarcação fazer a curva final.

Ele ligou para o número de emergência na Coreia do Sul, que o transferiu para os bombeiros, que por sua vez acionaram a Guarda Costeira, dois minutos depois. A isso se seguiram outros 20 chamados de crianças a bordo para a emergência, segundo relato de um bombeiro à Reuters.

A balsa Sewol naufragou na quarta-feira passada, no trajeto entre a localidade portuária de Incheon e a ilha turística de Jeju.

Dos 476 passageiros e tripulantes, 339 eram alunos e professores numa excursão de colégio. Apenas 174 pessoas foram resgatadas, e as demais supostamente se afogaram.

O menino que fez o primeiro contato, de sobrenome Choi, está entre os desaparecidos.

Segundo relato de um bombeiro ao canal de TV MBC, a voz dele tremia e transmitia urgência. Demorou um pouco até que a balsa fosse identificada.

“Salvem-nos! Estamos num barco e acho que ele está afundando”, disse o menino, segundo a agência de notícias Yonhap.

O bombeiro pede então que ele passe o telefone ao capitão, e o menino responde: “Você quer dizer ‘professor’?”. Em coreano, as palavras “capitão” e “professor” têm pronúncia semelhante.

O capitão do navio, Lee Joon-seok, de 69 anos, e outros tripulantes foram detidos sob suspeita de negligência, e a família proprietária da embarcação está sendo investigada por possíveis irregularidades financeiras.

Durante o naufrágio, os tripulantes orientaram os passageiros a não se moverem, o que a presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, disse na segunda-feira ter sido o equivalente a um “ato de homicídio”.

Como é habitual na hierárquica cultura sul-coreana, muitos dos estudantes não questionaram os mais velhos, e pagaram com a vida por sua obediência.

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