Marina pede cautela sobre suspeita de irregularidade em avião de Campos
A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, pediu cautela neste domingo (24) sobre suspeitas de irregularidade na utilização da aeronave que se acidentou no último dia 13 e causou a morte de Eduardo Campos, que deslocava em para uma agenda de campanha no litoral paulista. Após visita ao Centro de Tradições Nordestinas, […]
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A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, pediu cautela neste domingo (24) sobre suspeitas de irregularidade na utilização da aeronave que se acidentou no último dia 13 e causou a morte de Eduardo Campos, que deslocava em para uma agenda de campanha no litoral paulista.
Após visita ao Centro de Tradições Nordestinas, na capital paulista, Marina foi questionada sobre reportagem publicada no jornal “Folha de S.Paulo” deste domingo que afirma que a PF suspeita de caixa dois na aquisição da aeronave. Conforme o jornal, agentes constataram que a empresa dona do avião está em recuperação judicial e que foi feito um compromisso de compra da aeronave por uma empresa que aparentemente é de fachada.
Além disso, há suspeita de irregularidade por parte do PSB, que não declarou em sua primeira prestação de contas parcial a doação do serviço da aeronave ou o gasto com o serviço, conforme mostrou reportagem do jornal “O Globo” da última sexta (22). Pela lei, a declaração deve ser feita até o fim da campanha, caso contrário as contas podem ser rejeitadas.
Marina falou sobre o documento de prestação de contas da campanha. “Infelizmente – e aí vocês têm que ser muito cuidadosos em relação às fontes a que têm acesso -, foi entregue uma versão preliminar, e um grupo de jornalistas estava sistematizando. E ainda não haviam passado nem pelos coordenadores do programa, muito menos por mim e Eduardo”, disse.
Pouco depois, o candidato a vice na chapa, Beto Albuquerque, puxou para si a fala. “Sobre esse assunto, prefiro falar eu. (…) Eu não sei o que a Polícia Federal está falando. Se ela está falando, ela tem que apurar antes de falar. A PF tem que investigar e, quando decidir falar, tem que estar com a coisa concluída. Eu quero dizer que o partido prestará explicações a todos vocês, ao Brasil, sobre as condições em que [o avião] foi comprado”, afirmou.
Além disso, Albuquerque cobrou respostas das investigações da queda do avião que matou Eduardo Campos e mais seis pessoas, afirmando que tanto o PSB quanto a população brasileira aguardam por isso.
Compromisso com Nordeste
A candidata comentou ainda sobre a visita ao Recife na véspera, o primeiro ato oficial de campanha após registrar a candidatura na Justiça Eleitoral. Ela disse que, se eleita, manterá programas sociais e atuará para o desenvolvimento econômico do Nordeste.
“Ontem estivemos em Pernambuco reiterando o nosso compromisso com a aliança liderada por Eduardo Campos e hoje nós estamos aqui em um lugar característico à entrada dos nordestinos, que tiveram que migrar de sua região para outras regiões do país. Eduardo havia assumido um compromisso de fazer uma visita, e eu e Beto quisemos honrar esse compromisso. […] Nesse sentido, nosso compromisso em políticas como o Bolsa Família é o de manutenção desse programa, entendendo que ele é uma conquista da sociedade brasileira. No nosso governo, nós queremos mantê-lo e aperfeiçoá-lo”, disse Marina após visitar o Centro de Tradições Nordestinas.
Ela afirmou que o Nordeste “não é um problema, é uma solução” e destacou compromisso com a conclusão da Transposição do Rio São Francisco para o desenvolvimento da região e frisou que é possível investir em energias alternativas, como a energia solar.
Na chegada ao evento, Marina Silva foi recebida por apoiadores, entre eles Isaura Maria de Melo Souza. Vestida como cangaceira e portando uma réplica de espingarda, ela declamou um poema para a candidata: “A conheço muito bem, desde o tempo de menina / “Ela ama nosso povo e a colônia nordestina / Vai ser grande presidente nossa querida Marina”.
‘Renovar’ a política
Marina Silva também falou sobre as alianças partidárias e disse que, se eleita, não atuará com “toma lá, dá cá”. Na véspera, no programa do horário eleitoral, ela já havia criticado a prática da troca de apoio por cargos.
“Eu e o Eduardo defendíamos a ideia de que nós queremos renovar a política. Isso é o desejo da sociedade brasileira, que já não consegue perceber a forma como o governo foi em relação à cultura dos partidos e até ao governo de governança. A governança é estabelecida a partir de ‘toma lá, dá cá’. […] No nosso governo, nós queremos uma governabilidade problemática, onde aqueles que vão nos ajudar de diferentes partidos façam essa contribuição a partir dos problemas.”
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