O presidente da Venezuela disse nesta sexta-feira, 21, que os protestos do mês passado causaram danos de US$ 10 bilhões, e acusou seus adversários de realizarem atos terroristas para sabotar bens públicos.

Nicolás Maduro não disse como o governo chegou a esse valor. Sabe-se que, durante os protestos, os embates entre manifestantes e forças de segurança apoiadas por radicais pró-governo resultaram nas mortes de pelo menos 31 pessoas. Estradas foram bloqueadas e barricadas erguidas.

“A minoria que quer um golpe causou muitos danos ao país… eles incendiaram uma universidade pública, onde centenas de jovens estudavam”, disse ele em um discurso transmitido em rede nacional de TV. “Isso não é um protesto. É vandalismo. É terrorismo.”

Maduro estava falando de um colégio militar afiliado às tropas do exército venezuelano que as autoridades dizem ter sido incendiado pelos manifestantes na cidade de San Cristobal, perto da fronteira com a Colômbia.

San Cristobal foi mais atingida pela violência desde que os protestos começaram no início do mês passado. Na quarta-feira, 19, agentes da inteligência prenderam o prefeito da cidade, membro da oposição, e o acusaram de “rebelião civil”.

A Suprema Corte ordenou que os prefeitos de vários municípios administrados pela oposição desmontem as barricadas montadas pelos manifestantes, que se tornaram pontos críticos de confrontos. Um prefeito da oposição, do Estado central de Carabobo, ficou preso por dez meses por não cumprir ordem similar.

Os manifestantes dizem que querem mudança política e o fim da inflação alta, da escassez de alimentos básicos, como leite e farinha, e de uma das mais altas taxas de crimes violentos do mundo.

Simpatizantes de ambos os lados planejam marchar na capital Caracas neste sábado, na mais recente das manifestações diárias que ocorrem em todo o país, que está polarizado.

Os manifestantes exigem que Maduro renuncie, enquanto ele diz que “fascistas” querem dar um golpe como o que aconteceu há 12 anos, que depôs brevemente o seu antecessor, o falecido Hugo Chávez.