Mais um trecho da Perimetral, no Rio, é implodido
Mais um trecho do Elevado da Perimetral foi implodido na manhã deste domingo (20), na Zona Portuária do Rio. As estruturas começaram a cair oito segundos após a última sirene soar, às 7h, e vieram abaixo em menos de três segundos. A demolição do viaduto aconteceu nos 300 metros da via entre a Marinha e […]
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Mais um trecho do Elevado da Perimetral foi implodido na manhã deste domingo (20), na Zona Portuária do Rio. As estruturas começaram a cair oito segundos após a última sirene soar, às 7h, e vieram abaixo em menos de três segundos. A demolição do viaduto aconteceu nos 300 metros da via entre a Marinha e a Polícia Federal, na altura da Praça Mauá. (Veja ao lado a implosão em câmera lenta).
Segundo a Concessionária Porto Novo, foram usados 250 quilos de explosivos para colocar abaixo cerca de 4 mil metros cúbicos de concreto. Em novembro do ano passado, foram usados 1.200 kg para derrubar trecho de pouco mais de um quilômetro do elevado. A demolição faz parte do projeto de revitalização da degradada Zona Portuária. No futuro, um túnel vai substituir a Perimetral e a Rodrigues Alves será uma via expressa.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, festejou o resultado da implosão. “É uma alegria muito grande ver esse espaço da cidade ser devolvido. Praticamente toda a Perimetral já foi demolida, sendo que a parte mais complexa será perto da Rodoviária. Eu acho que a gente passou muito tempo no Rio reclamando pelo que não era feito e agora a gente reclama pelo que está sendo feito. A gente sabe que isso causa transtornos, mas são obras de mobilidade. Quando você faz tudo o que tinha que ter sido feito há 50 anos, isso causa transtornos. Vale a pena andar pela praça XV e ver a diferença. A gente vai começar a urbanização e espero que na festa dos 450 anos do Rio a gente já entregue parte da obra”. Paes afirmou que a implosão deste domingo deve ser a última da Perimetral.
O engenheiro Giordano Bruno, um dos responsáveis pela operação, contou ao Globo Comunidade que 12 sismógrafos foram espalhados por diferentes locais, como a sede da Polícia Federal, o Museu de Arte do Rio (Mar) e o Mosteiro de São Bento. Segundo Bruno, todos os aparelhos registraram valores abaixo do máximo permitido, que seria de 15 mm por segundo. Ele disse que o impacto nos prédios próximos foi de 3 mm por segundo e no Mosteiro de São Bento zero. “A absorção foi ótima”, afirmou o engenheiro.
Logo após a implosão, começou a limpeza da área, já que o trânsito na Avenida Rodrigues Alves deve ser normalizado na madrugada desta quinta-feira (24). Até esta data, os motoristas que seguem pela Avenida Rio Branco em direção à Avenida Rodrigues Alves serão direcionados para a Avenida Venezuela, que terá mão invertida até a Rua Edgar Gordilho, de onde os condutores vão acessar a via.
Sirenes
Após uma primeira sirene, tocada às 6h30, as seguintes vias foram bloqueadas ao trânsito: Avenida Rio Branco entre a Avenida Visconde de Inhaúma e a Praça Mauá; Rua Barão de Tefé entre a Avenida Rodrigues Alves e a Avenida Venezuela; Rua Coelho e Castro, toda extensão; Rua Aníbal Falcão, toda extensão; Rua Argemiro Bulcão, toda extensão; Avenida Venezuela entre a Avenida Barão de Tefé e a Praça Mauá; Rua Sacadura Cabral entre a Avenida Barão de Tefé e a Avenida Venezuela. Estas vias serão liberadas às 9h.
Desde a madrugada de sexta (18), a Avenida Rodrigues Alves, que fica embaixo do viaduto, foi interditada no trecho entre a Praça Mauá e Rua Edgar Gordilho, para que a Prefeitura realizasse os últimos preparativos para a demolição. Diferentemente do outro trecho do elevado, que foi implodido em novembro, os explosivos foram utilizados apenas nos pilares deste pedaço.
A retirada deste trecho do Elevado da Perimetral foi feita através de uma implosão por questões de segurança, segundo o presidente da concessionária Porto Novo, José Renato Ponte. O pedaço do viaduto entre a Praça Mauá e a Rua Edgar Gordilho seria, inicialmente, demolido através da quebra do concreto com um martelo hidráulico. No entanto, após nova avaliação técnica, a Porto Novo entendeu que este método poderia causar acidentes.
“Não havia uma previsão inicial de implodir este trecho. Quebraria o tabuleiro no trecho em que há concreto apenas, sem vigas. Mas na avaliação técnica foi melhor implodir. Ele tem um cabo de aço que serve para compactar a estrutura. Havia falhas nesta execução, que então poderia causar um acidente. A técnica da época não permitia a retirada desta forma”, explicou José Renato Ponte.
Os pilares da Perimetral foram cobertos por uma tela para que pedaços de concreto não fossem arremessados contra prédios vizinhos. Os edifícios também receberam proteção. A área foi isolada da população e do trânsito entre 5h e 9h de domingo.
Uma curiosidade da implosão é que o concreto da Perimetral será reaproveitado nas obras da Zona Portuária. Segundo José Renato Ponte, o material vai para pavimentação das ruas da região.
A prefeitura do Rio informou ainda que os prédios históricos na região da implosão foram protegidos. O Museu de Arte do Rio (MAR) ficará fechado entre o dia 19 e 23 de abril por causa da intervenção para a implosão. Segundo o prefeito, os moradores já foram avisados e os motoristas devem evitar circular pela área no domingo. “São obras de mobilidade que exigem uma dose de sacrifício da população. Será um transtorno, mas será necessário”, completou.
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