Mais de 23 mil pessoas fugiram do Sudão do Sul para Uganda, diz ONU
Mais de 23,5 mil pessoas fugiram da violência no Sudão do Sul para Uganda desde o início dos combates entre forças de segurança do governo e milícias da oposição, informou hoje (7) a Organização das Nações Unidas (ONU). Esse fluxo de pessoas intensificou-se nos últimos dias e até 2,5 mil pessoas por dia chegaram a […]
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Mais de 23,5 mil pessoas fugiram da violência no Sudão do Sul para Uganda desde o início dos combates entre forças de segurança do governo e milícias da oposição, informou hoje (7) a Organização das Nações Unidas (ONU). Esse fluxo de pessoas intensificou-se nos últimos dias e até 2,5 mil pessoas por dia chegaram a cruzar a fronteira. De acordo com a porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur), Melissa Fleming, a quantidade de pessoas em fuga dificulta a tarefa das agências das Nações Unidas para atender todos os deslocados.
As equipes do Acnur e parceiros estão tentando garantir abastecimento de água e saneamento básico nos postos fronteiriços e nos centros de acolhimento de refugiados em Arua e Adjumani, ambas cidades no Noroeste de Uganda. O êxodo de sul-sudaneses pode agravar a situação dos refugiados em Uganda, onde também estão chegando cada vez mais pessoas da República Democrática do Congo (RDC). Nas últimas semanas, as autoridades ugandesas registraram 8 mil novos refugiados.
Embora em número mais reduzido, os sul-sudaneses também estão fugindo para a Etiópia e o Quênia, que receberam 5,3 mil e 3,2 mil pessoas desde o início do conflito, respectivamente. Segundo Melissa Fleming, o fluxo deve ser ainda mais elevado devido às dificuldades de acesso em algumas zonas do país e em áreas fronteiriças.
As agências da ONU estão prestando ajuda humanitária a cerca de 230 mil deslocados internos, que vivem em dez campos distribuídos por todo o país. Outros 57 mil civis estão em bases das Nações Unidas em Uganda. Ontem (6), o Acnur fretou um avião entre as capitais do Quênia e do Sudão do Sul, Nairobi e Juba, com ajuda humanitária que incluía 12,5 mil mantas, 2,5 mil conjuntos de cozinha e 4 mil lonas de plástico para cerca de 20 mil pessoas na capital do Sudão do Sul. Em Maban, no Noroeste do país, as agências humanitárias estão prestando ajuda a 120 mil pessoas em quatro campos, com assistência médica, água potável e rações de comida distribuídas para os próximos 45 dias.
De acordo com o relatório Mid-Year Trends 2013 (em tradução livre, Tendências do Primeiro Semestre) do Acnur, conflitos e perseguições foram os responsáveis pelo aumento da quantidade de refugiados e de deslocados internos nos primeiros seis meses de 2013. No total, 5,9 milhões de pessoas foram forçadas a deixar suas casas no primeiro semestre do ano passado.
Os confrontos no Sudão do Sul se intensificaram no último mês, especialmente depois de uma tentativa frustrada de golpe de Estado. O conflito opõe forças leais ao presidente Salva Kiir e as do ex-vice-presidente Riek Machar, destituído em julho. Os líderes fazem parte de etnias diferentes, o que desencadeou ações violentas de caráter étnico e pelo domínio de áreas ricas em petróleo – que representam 95% da economia sul-sudanesa.
No final de dezembro, a ONU enviou reforços de soldados de missão de paz ao país para auxiliar na resposta anecessidades humanitárias. Nesta semana, representantes do governo e da oposição se reúnem na Etiópia na tentativa de negociar um cessar-fogo.
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