Para lembrar o Dia Internacional da Mulher, mães de vítimas de violência distribuíram flores no final da manhã de hoje (8) na região da 25 de Março, centro paulistano. A iniciativa é do Instituto Paz e Justiça Ives Ota. “É uma forma de homenagear o papel das mulheres na sociedade, principalmente daquelas que perderam um parente querido pela violência”, ressaltou a fundadora da organização, Keiko Ota. “Mostrar que a mulher é forte e também luta por justiça e um Brasil melhor”, acrescentou.

Uma das participantes da ação, Marta Ribeiro Consoli disse que a solidariedade de pessoas que passaram pela mesma dificuldade foi muito importante para que ela lidasse com a perda de sua filha. “Quando você está passando pela dor você fica sem chão, não sabe o que fazer da vida. É quando vêm outras mães que perderam há mais tempo seus filhos e que já sabem lidar melhor com a dor”, disse ela, que perdeu a filha Bianca em 2011, estuprada e estrangulada pelo cunhado.

Marta destacou que se fortalece ao apoiar outras pessoas. “Passar esse carinho para as outras pessoas me fortalece também”, contou. Para ela, o contato humano é essencial para que as pessoas possam lidar com a perda. “Um abraço para uma mãe que está carente é tudo. Palavra nenhuma substitui um abraço.”

A vendedora Irani Araújo se juntou ao grupo após a morte de uma amiga de sua filha. “Ela estava saindo do aniversário da minha filha e foi assassinada. Foi um choque muito grande porque minha filha estava junto, só que ela saiu antes. Mais um pouquinho e as duas estariam juntas”, contou sobre o latrocínio que vitimou Caroline Lee, 15 anos, em 2012. Irani acredita que a ação também é uma forma de protesto contra a violência. “É uma forma de não ficar parada vendo as coisas acontecerem sem fazer nada.”