Mães sem Fronteira apoiam família de Erlon e realizam ato público juntos

Entre as famílias que participam da manifestação contra a impunidade, a de Leonardo Batista Fernandes, 19, assassinado no dia 30 de agosto de 2012 durante um sequestro-relâmpago, é ativa no processo de organização do ato público.

A mãe do jovem e vice-presidente da ONG  (Organização Não Governamental) Mães Sem Fronteira, Ângela Fernandes, explica que a perca do filho de forma brutal, foi o combustível para que ela e a mãe de Breno Luigi Silvestrini de Araújo, 18, criassem a associação para dar respaldo e apoio para outras mães e famílias que também sofreram a mesma perca.

“A principio nosso grupo pode até ser pequeno, como se fossem três gotinhas para apagar um grande incêndio, mas eu tenho sossego no meu coração de saber que eu fiz algo”, esclarece.

Ela explica que a intenção da ONG não é quebrar a fronteira física, mas sim a emocional, as barreiras que temos com o próximo. “Muitas vezes você não conhece seu vizinho, só conhece ele partir da dor, sendo que poderia ter conhecido antes”, ressalta.

Ângela conta que quando soube do desaparecimento de Erlon, reviveu as lembranças do caso de seu filho e quando soube da confirmação da morte do empresário, teve a sensação de perca de Leonardo novamente.

A partir disso procurou a família do Erlon para dar apoio, foi quando surgiu a ideia do Ato Público, que hoje, luta contra a impunidade. Para Ângela o manifesto lembra que se deve escolher políticos que aprovam leis mais severas para aqueles que cometem crimes com requintes de crueldades.

Ela defende a aplicação da Pena Máxima como punição para este tipo de crime, mas é contra a pena de morte, por acreditar que muitos inocentes morreriam, e a maioridade penal, porque os adolescentes trocariam um presídio pelo outro. Ela lembra que, para as coisas darem certo é preciso cobrar aqueles que foram eleitos e ter conhecimento do que eles estão fazendo.

Afirma ainda que é a favor do trabalho obrigatório para presos, sendo adolescente ou não. “Eles precisam pagar pelo colchão que domem, pela comida que comem e pela segurança que é demandada nos presídios, pois a gente já tem a perca de um ente querido e ainda ter que arcar com a sustentação desse presidiário”, frisa Ângela.

“Os direitos humanos são contra o trabalho obrigatório, mas em nenhum momento dão respaldo para gente, para o filho que perdemos. Que direitos humanos é esse?”, questiona.