Linchamento de pedreiro em Campo Grande reflete ‘sensação de insegurança’, diz sociólogo

Os recentes casos de linchamento, como o que vitimou uma mulher no litoral paulista, um homem no Rio de Janeiro, outros no Nordeste e o de quarta-feira em Campo Grande, onde morreu o pedreiro Hugo Neves Ferreira reabre a discussão em torno da violência e da prática da Justiça com as próprias mãos. Segundo o […]

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Os recentes casos de linchamento, como o que vitimou uma mulher no litoral paulista, um homem no Rio de Janeiro, outros no Nordeste e o de quarta-feira em Campo Grande, onde morreu o pedreiro Hugo Neves Ferreira reabre a discussão em torno da violência e da prática da Justiça com as próprias mãos.

Segundo o sociólogo Gonçalo Santa Cruz de Souza, de 68 anos, estes fatos refletem a sensação de insegurança do povo brasileiro. “A nossa segurança está falida. A população não tem a quem recorrer e isto leva a uma reação e faz com que busque fazer justiça com as próprias mãos”, afirmou.

No caso específico de Campo Grande, onde Hugo ficou nu depois de se ferir em umas lanças de portão, foi confundido com um estuprador e acabou sofrendo agressões que resultaram em sua morte, o sociólogo acredita que se ajusta ao seu pensamento.

“De uma forma geral, quando um homem é encontrado nu próximo a uma residência, o primeiro pensamento, justamente pela sensação de insegurança, é que a família corre risco. Dificilmente alguém daria um cobertor para cobrir a nudez, e o medo leva a esta primeira reação de agredir, principalmente por existir essa questão de não ter a quem recorrer”,afirmou.

O sociólogo comemora o fato de no Brasil não existir a liberação de armas à população como nos Estados Unidos. “Graças a Deus aqui no Brasil não é como nos Estados Unidos que todo pode andar armado. Se fosse assim viveríamos em um faroeste pois aqui existe aquilo de se resolver os problemas com as próprias mãos, havendo o risco de erros como o que aconteceu no litoral paulista e aqui em Campo Grande esta semana”.

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