O prazo estipulado pelo Ministério da Justiça para que o Governo Federal resolva a questão do conflito entre indígenas e produtores rurais termina no dia 30 de junho. Enquanto a decisão não sai o impasse para a solução dos conflitos de terras na região da Aldeia Buriti continuam.

Os índios querem que a área da reserva seja ampliada de 2 mil para 17 mil hectares, são 15 mil hectares que terão que ser indenizados. Desde janeiro a proposta apresentada é de R$ 68 milhões, mas os produtores rurais acham pouco e querem receber pela terra nua, mas não apresentam proposta.

Nesta quinta-feira (5) foi feita uma reunião com 11 lideranças das aldeias de Sidrolândia – a 70 quilômetros de Campo Grande, e foi decidido que nenhuma ação de retomada será feita até o término do prazo. “O prazo ainda não acabou e enquanto isso decidimos que nenhuma retomada será feita até a data estipulada”, diz o cacique Maioque.

Representantes das aldeias Tereré, 10 de Maio, Córrego do Meio, Água Azul, Lagoinha, Recanto, Oliveira, Olho D’água, Barreirinho, Nova Tereré e Nova Buriti irão aguardar o posicionamento do governo federal para que o impasse termine.

De acordo com o cacique Maioque, nada será feito enquanto não tiverem um posicionamento. “Não vamos fazer nada enquanto não tivermos uma resposta e isso é uma decisão unânime entre as lideranças aqui da região da Buriti”, afirma.

De acordo com Otoniel Terena, até o momento não há nada de concreto e os indígenas estão aborrecidos em aguardar. “O governo só está nos enrolando e estamos cansados de esperar, queremos uma solução”, afirma.

O terena acredita que por ser ano eleitoral e com a Copa do Mundo será possível que a decisão seja positiva para os indígenas. “Vai ter a Copa e as eleições e acho que isso vai nos favorecer, mas enquanto a decisão não sai vamos aguardar”, ressalta.

Segundo Otoniel, na última assembleia terena realizada em Miranda as lideranças decidiram que caso não houvesse uma resposta positiva as retomadas iriam voltar na região. “Se o governo não se pronunciar vamos entrar em ação e haverá um ciclo de retomadas em cinco áreas que ainda não estão em nosso poder só que a medida só será realizada se não tiver uma decisão”, conclui.

Atualmente os indígenas permanecem nas áreas retomadas, em sua maioria na região sul do Estado.