O secretário de Estado americano, John Kerry, pediu nesta terça-feira (12) ao novo primeiro-ministro iraquiano, Haidar al-Abadi, a rápida formação de um governo de unidade nacional e descartou o envio de tropas americanas ao Iraque.

“Apelamos pela formação de um novo governo o mais rápido possível. O governo dos Estados Unidos está disposto a apoiar um novo governo de união nacional, especialmente na luta contra o Estado Islâmico (EI)”, disse o chefe da diplomacia americana a respeito da organização jihadista sunita que desde junho conquistou grande parte do país.

Washington respaldou a nomeação de Abadi no lugar de Nuri al-Maliki, questionado há vários meses por uma política considerada favorável aos xiitas e que teria provocado as divisões étnicas no Iraque.

“Sejamos claros: nós sempre desejamos um governo inclusivo que represente todos os iraquianos. Este é o objetivo”, ressaltou Kerry durante uma visita à Austrália.

A aviação militar americana executou bombardeios contra posições do EI na região norte do Iraque, mas o país descarta o envio de tropas, segundo Kerry.

“Não voltaremos a enviar forças de combate ao Iraque. Este é um combate no qual devem entrar os iraquianos, em nome do Iraque”, disse.

Durante a entrevista, Kerry também afirmou que os governos dos Estados Unidos e da Austrália levarão para a ONU a ameaça representada pelos jihadistas estrangeiros que combatem na Síria, Iraque e em outros lugares do mundo

O secretário de Estado americano também aproveitou a oportunidade para exigir que os responsáveis pela queda do voo MH17 da Malaysia Airlines, no leste da Ucrânia, sejam levados à justiça.

“Afirmamos à Austrália e ao mundo que exigimos justiça por este crime inconcebível”, disse.

O avião, que voava entre Amsterdã e Kuala Lumpur, foi derrubado em 17 de julho no leste da Ucrânia, o que provocou as mortes das 298 pessoas a bordo.

Os holandeses perderam 193 cidadãos e a Austrália 38 cidadãos ou residentes.

Os separatistas pró-Rússia que utilizam mísseis terra-ar foram apontados como responsáveis pela tragédia. Os ocidentais acreditam que Moscou forneceu o armamento, o que é negado pelo governo russo, que por sua vez culpa a Ucrânia pela tragédia.