As taxas de juros terminaram em baixa nesta quinta-feira, 05, depois de a ata da reunião de política monetária do Copom eliminar as expectativas de que o ciclo de alta da Selic poderia ser retomado ainda neste ano.

O recuo das taxas também foi ajudado pela queda do dólar, que foi resultado de um ajuste à sequência dos ganhos recentes e do anúncio de novas medidas de estímulo monetário do Banco Central Europeu (BCE).

No fim da sessão regular na BM&FBovespa, o DI para janeiro de 2015 tinha taxa de 10,81% (414.990 contratos), de 10,84% ontem.

A taxa do DI para janeiro de 2016 encerrou em 11,32% (231.785 contratos), de 11,44% no ajuste de ontem.

O contrato para janeiro de 2017 projetava taxa de 11,64% (361.710 contratos), ante 11,78% no ajuste da véspera; e o DI para janeiro de 2021 mostrava taxa de 12,12% (39.055 contratos), de 12,21% antes.

Apesar de indicar na ata de sua última reunião de política monetária que a inflação ainda mostra resistência no país, o BC retirou avaliação de que o IPCA tem se mostrado “ligeiramente acima daquele que se antecipa”.

O BC também excluiu trecho que apontava que os efeitos das ações de política monetária eram cumulativos e se manifestam com defasagens, trocando por outro em que fala que “os efeitos da elevação da taxa Selic sobre a inflação, em parte, ainda estão por se materializar”.

Além disso, o BC mostrou mais preocupação com a atividade, ao dizer que “o ritmo de expansão da atividade doméstica tende a ser menos intenso este ano em comparação ao de 2013” e, principalmente, que “as taxas de expansão da absorção interna têm sido maiores do que as do , mas que tendem a se aproximar”.

A avaliação geral do mercado foi a de que as mudanças no texto do Banco Central indicam que o ciclo de alta da taxa básica de juros, a Selic, não deverá ser retomado pelo menos neste ano.

Segundo a economista do Banco Santander Fernanda Consorte, o documento veio com um conteúdo mais ‘dovish’ do que o da ata passada, como não poderia deixar de ser, já que o Copom interrompeu uma trajetória de alta da Selic que vinha desde abril do ano passado.

“Mas o que chama a atenção é o BC colocar a culpa na atividade econômica”, disse a economista.

Outro ponto que Fernanda destaca na sua leitura da ata é ênfase que o BC dá para a defasagem temporal com que as ações de política monetária chegam à economia.