Dois adolescentes, de 15 e 17 anos de idade, que postaram em uma rede social uma foto na qual aparecem fumando e portando tabletes de maconha, foram identificados e responderão por apologia ao tráfico.

Um terceiro adolescente, de 16 anos, que foi o autor da foto,está sendo ouvido como testemunha.Há uma semana, policiais da Deaij(Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude) receberam denúncia anônima a respeito da existência da página. Iniciadas as investigações, foram identificados os envolvidos, todos moradores no Bairro Nova Lima.

A foto foi tirada no início deste mês e postada logo depois e segundo informações dos adolescentes. O local foi em uma casa localizada no Bairro Tiradentes onde morava um homem conhecido como “Careca”. A polícia foi até o endereço e encontrou a casa abandonada.

Com todos os envolvidos identificados, a polícia tomou conhecimento de que a página pertence ao garoto de 15 anos e que constantemente o grupo e se reúne para frequentar bailes funks na cidade.

O adolescente de 17 anos, que aparece em uma das fotos com a camisa do São Paulo, afirmou que consome por dia cinco cigarros de maconha e que já sente os efeitos da droga. Considerado bom de bola, chegou a ser aprovado em uma seletiva do Cruzeiro de Belo Horizonte, mas com o vício viu o seu sonho de ser jogador profissional ir por terra.

Mãe

As mães dos três envolvidos têm o mesmo perfil. Duas não têm maridos. Uma é mãe solteira e a outra viúva. As duas são diaristas e assim como a terceira, que é casada, ficam fora a maior parte do dia, deixando os filhos em total liberdade.

A mãe do rapaz de16 anos, que tirou a foto, tem 33 anos, foi ouvida hoje e disse que como trabalha fora não tem como acompanhar todas as atividades do filho. Além disso teme ser rígida na repressão e sofrer consequências com a lei.

“Sei que ele fuma e que tem essas companhias, mas pouco posso fazer para controlar. Ele já não é mais criança e deve ter consciência daquilo que faz. Além disso tem essa lei que protege os menores”, afirmou.

O delegado Maércio Alves Barboza, afirmou que este é o mesmo discurso utilizado pelas outras duas mães. “É um discurso comodista que interpretam mal a lei. Elas preferem fazer estas alegações a tomarem uma atitude mais enérgica para coibir essas ações dos filhos”.

Quanto à postagem da foto na rede social, considera uma atitude ousada, desafiadora e desrespeitosa para com o , a polícia e a própria Justiça. Com a conclusão das investigações, o caso será repassado para a Promotoria da Infância e Juventude para que sejam tomadas as providências cabíveis.