Produtora cultural e funcionária pública, Lidiane Lima que atua com arte ria conta que os artistas e os jovens da Escola Maria Constança de Barros ficaram muito chateados com a suspensão da grafitagem dos muros externos que estava marcada para este fim de semana.

Lidiane lamenta o fato e pontua que os que tanto criticaram, que se colocam como protetores da cultura de veriam ajudar os jovens a adquirir novos conhecimentos e não simplesmente fazerem todo um alvoroço até cancelarem o projeto. “Por que eles não vieram e dividiram o conhecimento com os jovens? Pontuaram os protocolos que deveriam ser seguidos para que o Grafite Legal acontecesse”, questiona.

Ela lembra que a arte de rua sempre foi rejeitada em Campo Grande, jogada para debaixo do tapete, como se fosse algo sem história, sem raízes. E que isso precisa acabar. “É inevitável a tomada da arte urbana em nossa cidade. Não tem mais como adiar, dar as costas. Nossos jovens estão produzindo grafite, estão se dedicando ao skate e evoluindo sempre rumo ao profissionalismo. Jovens que devoram livros e dicionários e arrancam gritos da plateia com suas rimas de rap, com conceito e desejos construtivos”, enfatiza.

“A elite intelectual, as instituições de arte, associações de patrimônio cultural e afins, uma hora ou outra terão que nos aceitar, terão que trabalhar por nós”, questiona.

Ela lembra ainda que o projeto não acabou8, e que uma das organizadoras, a grafiteira Marilena Grolli está buscando informações para saber quais caminhos eles devem seguir, de quem precisam permissão para efetivar o projeto.

Ela lembra ainda que a ideia, assim como fez Niemeyer, busca popularizar a arte, levar luz e colorido a todos.

O caso

Segmentos da sociedade se posicionaram contrariamente ao Grafite Legal, projeto que troca a pichação pela arte nos muros da Escola Estadual Maria Constança de Barros Machado, e a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul e a diretoria do colégio decidiram suspender a pintura que ocorreria neste sábado e domingo (22 e 23).

O diretor da Escola Estadual Maria Constança de Barros Machado, Anderson Soares Muniz, pontua que a escola não vai desistir, mas que de forma democrática quer integrar diferentes pensamentos. “Vamos buscar uma solução para este problema e entendemos que a as oficinas de arte e o grafite são alternativas de combate à pichação utilizando a cultura e a educação”, frisa.

O projeto Grafite Legal conta com o apoio da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, do apresentador Tatá Marques, do SBT/MS e da Construtintas. Além de contar com obras de artistas reconhecidos, prevê a participação de alunos do próprio colégio que já passaram por oficinas de pintura grafite.