Um jornalista argentino que vive há 14 anos em Miami, Javier Ceriani, publicou uma carta aberta a Diego Maradona na qual acusa o ex-jogador de ser um “farsante, mentiroso e covarde” e “não representar o espírito e o coração dos argentinos”. As críticas foram motivadas pelo apoio público de Maradona ao regime de Nicolás Maduro na Venezuela, que enfrenta fortes protestos no país.

Na carta, publicada no site americano Huffington Post, Ceriani diz que Maradona o faz ter vontade de “pedir desculpas por ser argentino”, e acusa o ex-camisa 10 de ter recebido “dinheiro sujo” do governo da Venezuela para manifestar seu apoio, “abaixando as calças” e deixando que “ditadores” o usem para fins políticos.

O jornalista também questiona o status de ídolo que Maradona tem na Argentina, dizendo que “as drogas e suas decisões” fizeram com que ele caísse em desgraça e que o ex-jogador “nunca foi Deus”, como alguns torcedores o chamam. Para Ceriani, o Maradona que encantou o país na conquista da Copa do Mundo de 1986 “desapareceu para sempre” e não está no mesmo nível de nomes como o cantor Carlos Gardel, o escritos Jorge Luis Borges e o também jogador Lionel Messi.

Na última semana, Maradona anunciou um acordo para comentar a Copa do Mundo de 2014 no canal venezuelano Telesur. De acordo com o ex-jogador, ele tomou essa decisão por amizade ao presidente Maduro e porque “assim era o desejo do comandante”, referindo-se ao ex-presidente Hugo Chávez, morto em março do ano passado. No vídeo em que anuncia seu contrato com a emissora, o argentino manifesta seu apoio ao regime venezuelano.