O Irã concordou neste domingo em tomar mais sete medidas em três meses sob um acordo de cooperação com a agência nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU), o que deverá contribuir para amenizar as preocupações internacionais sobre o programa nuclear da República Islâmica.

Uma fonte diplomática disse que uma das medidas é relacionada a uma longa investigação da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) sobre as possíveis dimensões militares das atividades atômicas do Irã, que tem insistido no caráter pacífico de seu programa.

Isso seria um passo potencialmente significativo, já que a investigação sobre um suposto desenvolvimento de bomba atômica está envolvida num impasse há anos. O Ocidente acredita que o Irã vem obstruindo a pesquisa da AIEA.

O acordo também pode enviar um sinal positivo para as negociações paralelas entre o Irã e seis potências mundiais que deverão começar em 18 de fevereiro com o objetivo de chegar a uma solução diplomática mais ampla para uma década de disputas nucleares.

A AIEA esperava convencer o Irã nas negociações que começaram em Teerã no sábado para que, finalmente, começasse a dar respostas às suspeitas de que poderia estar trabalhando no desenvolvimento de uma bomba atômica.

O Irã rejeitou as acusações ocidentais e israelenses de que está desenvolvendo armas nucleares como sendo sem fundamento e disse que vai cooperar com a AIEA para esclarecer quaisquer “ambiguidades”.

A declaração conjunta do Irã e da AIEA divulgada após a reunião de dois dias não deu detalhes sobre as novas medidas acordadas no âmbito da um acordo de cooperação prévio assinado em novembro.

O documento diz que os dois lados realizaram “reuniões técnicas construtivas” na capital iraniana e que o Irã havia implementado seis passos iniciais acordados há três meses, incluindo o acesso a duas instalações nucleares.

“O Irã tomou as medidas práticas iniciais que estavam previstas”, disse o comunicado, publicado no site da AIEA, acrescentando que as partes concordaram com sete novas medidas a serem implementadas pelo Irã até 15 de maio.

Os detalhes das novas medidas devem ser relatados pelo diretor-geral da AIEA, Yukiya Amano, aos 35 países que compõem o conselho do órgão em breve, acrescentou o comunicado.

O porta-voz da Organização de Energia Atômica do Irã, Behrouz Kamalvandi, foi citado pela agência de notícias oficial iraniana Irna: “Dada a natureza das informações fornecidas em um espírito de cooperação, esperamos que possamos apresentar um relatório positivo para o conselho”.