Insatisfeito com atual gestão, Fórum de Cultura divulga nas redes carta aberta contra Fundac

O Fórum de Cultura lançou uma carta coletiva expondo a situação da cultura em Campo Grande. Segundo o fórum, a ideia é que as pessoas conheçam a situação da cultura no município. Presidente do Fórum de Cultura, o ator e diretor de teatro Vítor Samúdio, conta que eles encaminharam diversos documentos, solicitando a prestação de […]

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O Fórum de Cultura lançou uma carta coletiva expondo a situação da cultura em Campo Grande. Segundo o fórum, a ideia é que as pessoas conheçam a situação da cultura no município.

Presidente do Fórum de Cultura, o ator e diretor de teatro Vítor Samúdio, conta que eles encaminharam diversos documentos, solicitando a prestação de contas, as ações da Fundac (Fundação Municipal de Cultura), e o orçamento para o próximo ano e não obtiveram respostas. “Eles ficaram de nos dar a devolutiva nesta sexta-feira. Mas queremos que as pessoas saibam o que está acontecendo”, emenda.

Segundo ele, um dos pontos que mais querem a reavaliação nesta gestão é quanto a forma como o dinheiro público vem sendo usado pela Fundac. Segundo o fórum, em vez de promover cultura a Fundac vem apoiando eventos porque dá mais visibilidade e não está promovendo o fazer cultura. “A gente vê a Fundac apoiando uma série de ventos, mas é algo que não fica. Entendemos que projetos em bairros aparece muito menos, mas isso é fazer cultura. É promover a arte com a comunidade não ficar dando dinheiro para evento. O papel do poder público e promover a formação cultural”, critica.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da prefeitura que deve responder as perguntas até esta terça-feira (23).

Veja abaixo a carta na integra:

CARTA DO FÓRUM, PELA CULTURA, A CAMPO GRANDE.

A sociedade cultural de Campo Grande, representada por esse Fórum de Cultura, vem a público informar do tratamento que estamos tendo por parte da FUNDAC naquilo que se relaciona com a execução da lei das Metas do Plano Municipal de Cultura e ao orçamento de 2014, notamos que ambas estão sendo desrespeitadas, dia após dia, assim como o Sistema Municipal de Cultura. Vimos também pedir a garantia que a prefeitura municipal seja mais transparente com a coisa pública, pois não sabemos nem temos informação de nada que se passa na área cultural no que diz respeito a ações, politicas públicas, gastos do orçamento, que não sejam os eventos que acompanhamos pela imprensa.

Desde o começo, apesar das divergências com a nomeação do titular da pasta, estamos respeitando a escolha do executivo por entender que cabe a ele, eleito, fazer tais escolhas, mas o FÓRUM é atualmente parte integrante do Sistema Municipal de Cultura, objeto de Emenda à Lei Orgânica de Campo Grande aprovada por unanimidade pela Câmara de Vereadores e mesmo fazendo parte do Sistema, não recebe informações nem somos convidados para participar das discussões que a imprensa e o site da Prefeitura municipal noticiam, queremos a garantia da transparência e controle social que é nosso de direito.

A classe artística e cultural de Campo Grande não está satisfeita com o que anda ocorrendo na prefeitura municipal no que tange à execução orçamentária e os prazos da implantação de ações.

O Teatro do Paço fechado a 20 anos, servindo de depósito; Centro de Belas Artes, sem respostas; desdobramento das verbas do Orçamento 2014 destinadas a Execução do Plano Municipal de Cultura, sem respostas e sem ações; cadastramento dos artistas, sem respostas; FMIC e FOMTEATRO 2014, esperamos que o cronograma seja cumprido e os aprovados pelo edital sejam pagos até novembro de 2014 como previsto em edital.

Percebemos que a Fundac vem somente realizando eventos e queremos politicas e ações para a cultura e não somente eventismo. Notamos que a fundação não saiu dos problemas de pessoal, de estrutura, de material, de recursos, que se encontrava. Apenas a Escola de Música mudou de local, diga-se de passagem para espaço bem mais digno mas as lacunas continuam e ao continuarem não estamos seguros que elas vão mudar.

POVO DE CAMPO GRANDE. SOCIEDADE LOCAL. O FÓRUM é da sociedade e para ela vamos comunicar todos esses episódios. Aquela Fundação precisa de apoio. Sentimos que aquela Fundação precisa focar mais em políticas culturais já garantidas através de leis, e não passar a ser dirigida para fins políticos, aquela Fundação é de todos, dos artistas de todas as cores e credos e não pode ser usada como fortaleza que somente alguns se apropriam; aquela Fundação foi construída por todos nós mas nesse momento, apesar da tentativa de alguns novos servidores que ali a servem, ainda precisa dar respostas rápidas a todos assim como ações mais eficientes para a cultura.

Nós artistas e agentes culturais, reunimo-nos no dia 13 de setembro de 2014 para avaliar o quadro e estamos dispostos a ir para as ruas, denunciar, denunciar e denunciar. Ir ao MPE-MS; ir às entidades de todas as cores, para lhes dizer que não se pode suspender atividades culturais sem conversar; não se pode paralisar as coisas sem fazer o debate e a discussão, não se pode não destinar o orçamento previsto para a cultura, não se pode fugir de executar políticas publicas para a cultura, garantidas por lei.

Sendo assim estamos a disposição para o diálogo mas não hesitaremos em ir às ruas e tomar medidas cabíveis sempre que for necessário se não tivermos nossas reivindicações e direitos atendidos.

Queremos execução da Política de Cultura, não apenas eventos; queremos mais diálogo com a prefeitura municipal com respostas as nossas demandas de forma rápida; queremos respeito para respeitarmos pois necessitamos olhar para o futuro e assim Senhor Prefeito, nos despedimos pedindo também a sua interferência, assim como de todos os cidadão dessa cidade, visando agilizar as coisas, não paralisar as ações, democratizar a cultura e dar mais transparência as suas ações, as ações da Fundac, se utilizando e acatando as decisões do Conselho Municipal de Políticas Culturais.

Nossa sociedade precisa de informações e ação, e o Poder Público não pode se furtar em entregá-las, de forma rápida, sempre que solicitadas.

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