Segundo Luciana Bereta, proprietária de uma fazenda próxima do foco do incêndio, os funcionários da propriedade colocam fogo na pastagem todo ano e não se preocupam com os danos causados aos “vizinhos”. “No ano passado, foram queimados 40 hectares de três propriedades da região”, diz Luciana.

Junto com o filho e o marido, Luciana ajudava a apagar o incêndio usando mangueiras de água. Ainda de acordo com Luciana, em 2013, por causa do incêndio que ela aponta ser criminoso, a família perdeu toda a plantação. Neste ano, uma plantação de guavira que eles preservaram também foi toda queimada. “Todo ano isso acontece, fomos até a casa na fazenda onde eles colocam fogo e não tinha ninguém. Eles começam o incêndio e vão embora”, diz.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, o local é de difícil acesso e o vento e o mato seco dificultam o controle do incêndio. O fogo alto e a grande quantidade de fumaça que se espalha para a BR-262 atrapalham o trânsito na rodovia.

Crime ambiental

De acordo com o major Renato Garnes, a PMA (Polícia Militar Ambiental) deve ser acionada em caso de suspeita de incêndio criminoso. “Uma equipe da PMA deve ir até o local para fazer a vistoria e ver se a pessoa tem autorização da queima”, diz o major.

Ainda segundo Garnes, se o dono da propriedade tiver a autorização, a PMA não pode fazer nada. Se não tiver, há duas formas distintas de atuação. Se a queimada for em pastagem, a pessoa responsável será autuada administrativamente e receberá multa de até R$ 1 mil. Já se o incêndio for em margens de córrego ou áreas de preservação, o caso se enquadra em crime ambiental e a multa varia de R$ 5 mil a R$ 50 mil.