Os amantes da folia vão ter que continuar esperando para saber quem é a grande campeã do carnaval 2014 de Campo Grande. A Escola de Samba Igrejinha que contestou duas notas recebidas nos quesitos ‘comissão de frente’ e ‘mestre-sala e porta-bandeira’ pediu novo prazo para avaliar as justificativas dos jurados.

Segundo o presidente Grêmio Recreativo Escola de Samba Igrejinha, Paulo Freire Thomaz, 57 anos, eles tiveram acesso à documentação e agora vão avaliar o que os jurados pontuaram para somente depois se posicionarem. “Obtivemos a documentação junto a Liga. O material já está com a assessoria jurídica que analisará tudo e somente depois disso e que vamos equacionar a situação. Precisamos avaliar todas as justificativas”, explica.

Ele afirma que é fato que precisarão de tempo para avaliar os documentos e por isso devem pedir novo prazo a Lienca para entregar a argumentação do porque não concordam com a nota recebida. “vamos pedir a dilatação de prazo para fazer a instrução processual. E vamos ver com a nossa advogada, Catarina Figueiredo Viana, até que ponto vamos prosseguir com situação”, diz.

Lienca

Presidente da Lienca, Eduardo Souza Neto, 58 anos, conta que tudo que a Igrejinha pediu a entidade está buscando atender. Ele conta que nesta manhã repassou o mapa de nota dos jurados, com a nota de todas as escolas e as justificativas. “Pelo regulamento toda nora inferior a dez tem que ser justificada”, pontua.

Ele lembra ainda que a Igrejinha pediu novo prazo, 17 horas de amanhã para entregar a exposição jurídica deles, já que não tiveram tempo hábil de avaliar o mapa hoje, o que também foi atendido.

Ele conta que a Lienca irá se reunir com a comissão de carnaval, formada por parte das escolas de samba para que eles também possam avaliar a solicitação da igrejinha. “vamos fazer uma reunião administrativa para analisar a solicitação da Igrejinha que se sentiu prejudicada”, revela.

Repeteco

Em 2012 a Igrejinha também questionou parte das notas recebidas pelos jurados. Paulo Freire lembra que a situação se repete. “É a gota da água. Não estamos diminuindo o trabalho das demais escolas. Todas vieram muito bem. O público foi o grande testemunho. Mas não concordamos com a nota. Queremos que se faça justiça. E buscarmos um consenso”, esclarece.

“Por que esse tratamento de uma nota tão diferenciada, dois dão dez e um dá seis. Outros dois dão dez e um dá sete. Que critério é esse. Isso que queremos saber”, questiona.

O caso

Ontem (5) durante a abertura dos envelopes, as notas baixas causaram a ira dos integrantes da escola que por pouco não invadiram a área reservada à diretoria das escolas e o palco onde estava a mesa da comissão organizadora. A confusão foi tanta que a tropa de choque da Polícia Militar e homens da cavalaria tiveram que intervir.

Após muitos xingamentos e até ameaças de atirarem cadeiras no palco, parte da diretoria da Escola pediu a Lienca (Liga das Entidades Carnavalescas de Campo Grande) que não homologasse o resultado, pois iriam entrar com recurso por não concordarem com os critérios avaliativos.