Pelo menos mais uma pessoa morreu em decorrência dos tumultos causados pelo protesto da última quinta-feira (6) na Central do Brasil, no centro do Rio de Janeiro. Segundo a Polícia Civil, um idoso caiu de um ônibus e foi atropelado ao ter se assustado com a confusão na manifestação contra o aumento das passagens na cidade.

Em depoimento ao delegado Luciano Zahar, da 4ª DP (Praça da República), testemunhas disseram que o homem estava dentro do ônibus quando se assustou com o protesto, forçou a porta do veículo para sair, escorregou e foi atropelado. Ele morreu no mesmo dia.

O motorista, a cobradora e passageiros já foram ouvidos. Foi solicitada perícia na porta do ônibus. O motorista vai responder por homicídio culposo por atropelamento.

Na segunda-feira (10), o cinegrafista da “TV Bandeirantes”, Santiago Ilío Andrade, 49, teve morte encefálica diagnosticada, depois de três dias internado.

A Justiça do Rio aceitou o pedido da Polícia Civil e decretou a prisão temporária do homem suspeito de ter acendido o rojão que matou o cinegrafista. O suspeito foi reconhecido por fotografia e em vídeos veiculados pela imprensa pelo tatuador Fábio Raposo, preso no domingo (9), sob acusação de envolvimento no crime. O reconhecimento foi feito na penitenciária Bandeira Estampa, em Bangu, na zona oeste do Rio, para onde Raposo foi transferido.

Assim como Raposo, o suspeito foi indiciado por homicídio doloso (com intenção de matar) agravado pelo uso de explosivo e pelo crime de explosão. Se condenados, as penas podem chegar a 35 anos de prisão.

Mais protesto

Na noite de segunda, um grupo de manifestantes se envolveu em um tumulto com a PM no final de mais um protesto contra o aumento da passagem de ônibus no Rio, na Cinelândia, centro da cidade. O conflito começou depois que um jovem foi detido por se negar a mostrar o rosto. Algumas pessoas assustadas correram, e a PM foi hostilizada com pedras e garrafas d’água.

Os policiais perseguiram alguns manifestantes e detiveram outros, mas não usaram nem bombas de gás lacrimogêneo nem de efeito moral. Pouco depois, as pessoas que permaneciam no ato correram da Cinelândia para a Rua do Passeio, e a PM agiu novamente. Por volta das 21h15, a maior parte do grupo se dispersou.