Enquanto a televisão se mantém na preferência dos brasileiros e a internet cresce, especialmente entre jovens, os jornais impressos e as revistas não estão entre os meios de comunicação consumidos pela maioria dos brasileiros. Os dados fazem parte da “Pesquisa Brasileira de Mídia 2014” encomendada ao Ibope Inteligência pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República.

O estudo observa que 75% dos entrevistados nunca lê jornal e 85% nunca lê qualquer revista. No extremo oposto, apenas 6% dos brasileiros leem jornais diariamente. Apesar da baixa popularidade, o jornal impresso conta com a maior credibilidade: 53% dos respondentes afirmam confiar sempre ou muitas vezes neste tipo de mídia.

Ao contrário de outros meios de comunicação, os jornais acentuam diferenças de consumo segundo recorte de gênero, renda e escolaridade. O hábito de leitura de jornais é maior entre homens (27%) do que entre mulheres (22%). Outra constatação da pesquisa é que quanto maior a renda, a escolaridade ou o porte do município, maior tende a ser a frequência do uso de jornal impresso como meio de informação.

Quando se recorta os assuntos de interesse dentro dos jornais, as notícias locais são as mais lembradas (33%) na pesquisa de resposta espontânea. O caderno de esportes vem em segundo lugar, com 25%, seguido de notícias do Brasil, com 21%. No recorte de gênero, esporte é o tema preferido de 42% dos homens entrevistados, enquanto 36% das mulheres mostraram maior interesse por notícias locais, seguidas pelo caderno de celebridades, fofocas e novelas (27%).

Outro destaque da pesquisa é que a lista dos jornais mais citados tem predominância de publicações populares de baixo custo que circulam em regiões metropolitanas populosas, como Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador. Dentre as revistas, os 20 títulos mais citados pelos respondentes apontam predileção por notícias e celebridades/fofoca.

O trabalho de campo “Pesquisa Brasileira de Mídia 2014” foi realizado entre 12 de outubro e 6 de novembro do ano passado com 18.312 brasileiros em 848 municípios. A margem de erro estimada é de 1 ponto percentual, assumindo o intervalo de confiança de 95%. Apesar de a pesquisa mostrar hábitos de consumo de mídia, a verba de publicidade do governo continuará sendo definida por dados de audiência, como o comScore, por exemplo.