O presidente francês, François Hollande, advertiu nesta sexta-feira em Bagdá sobre o perigo de os jihadistas do Estado Islâmico (EI) que lutam no Iraque e na Síria voltem a seus países de origem na para cometer atentados terroristas.

Em entrevista coletiva durante sua visita ao Iraque, assegurou que o EI é “uma ameaça global” e pediu à comunidade internacional para assumir a responsabilidade de “erradicar o terrorismo totalmente” do Oriente Médio.

“O Iraque está enfrentando tête-à-tête a ameaça do terrorismo, que, procedente da Síria, é capaz de mobilizar combatentes de todo o mundo”, asseverou Hollande ao pedir o “mundo inteiro” para erradicar o EI do norte da Síria e do Iraque, onde declarou, no final de junho, um califado.

Assegurou que a França está trabalhando com as novas autoridades iraquianas em todos os âmbitos, humanitário, militar e econômico, “porque quer ajudar a construir o país”, e especialmente para apoiar os deslocados e as minorias religiosas perseguidas.

Hollande reiterou seu apoio ao governo formado esta semana em Bagdá e comemorou que “estejam unidos para enfrentar o terrorismo e para manter a unidade e integridade do Iraque”.

No entanto, advertiu que “a unidade, a reconciliação e o trabalho unido” pelo povo iraquiano são as condições necessárias para que a comunidade internacional ajude o Iraque contra “a bárbara ameaça” do terrorismo.

O primeiro-ministro iraquiano, Haidar al Abadi, lembrou que o Iraque pediu apoio internacional há um ano para enfrentar o terrorismo, mas que fizeram “ouvidos surdos” ao pedido.

Advertiu que os iraquianos não querem entrar em guerra com nenhum país vizinho, mas que é responsabilidade da comunidade internacional pôr fim a esta ameaça que procede da Síria, onde o EI aproveitou o conflito contra o regime para assumir o controle do norte do país.

“Há um grande financiamento dos terroristas que vem dos países da região. O EI assumiu o controle de poços de petróleo no Iraque que estão levando para o exterior”, explicou, sem mencionar nenhum país concretamente.

Abadi acrescentou que o Exército e as forças aéreas iraquianas não são suficientes para enfrentar as circunstâncias atuais e pediu mais ajuda militar do exterior.

“Necessitamos e apoio aéreo, não queremos combatentes no terreno”, pediu.