Há dois anos viajando, Cavaleiro das Américas passa por Campo Grande antes de chegar a Barretos

No dia 8 de junho deste ano vai fazer dois anos que Filipe Leite, de 27 anos, conhecido como ‘Cavaleiro das Américas’ está viajando junto com seus cavalos rumo a Barretos, no interior paulista, para a maior festa de peão do País. O cavaleiro, que começou sua jornada ainda menino, nos sonhos infantis, conta que […]

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No dia 8 de junho deste ano vai fazer dois anos que Filipe Leite, de 27 anos, conhecido como ‘Cavaleiro das Américas’ está viajando junto com seus cavalos rumo a Barretos, no interior paulista, para a maior festa de peão do País.

O cavaleiro, que começou sua jornada ainda menino, nos sonhos infantis, conta que a travessia é mais do que ele poderia imaginar, é a realização de sua vida. “Quando eu era pequeno meu pai lia um livro para mim que contava a história de um suíço que saiu de Buenos Aires, a cavalo, para Nova Iorque. Sempre sonhei em fazer o mesmo. Mas a ideia só foi se concretizando depois que terminei a faculdade e pensei: eu posso fazer isso e quem sabe não fazer um livro ou documentário”, conta o jovem que se formou em jornalismo.

Faculdade concluída chegou a vez de por o sonho em prática. Mas não era tão simples. Uma viagem longa como esta exigiria um investimento alto e como ele não tinha dinheiro precisou correr atrás de patrocínio. “Fiquei um ano e meio correndo atrás de pessoas que pudessem investir. Quando faltava apenas dois meses para começar a viagem deu tudo certo e uma produtora topou bancar o projeto. A viagem vai virar um documentário”, conta.

E assim, Filipe tem percorrido as Américas. Ele já passou por diversos países desde que saiu de Calgary Alberta, vilarejo que fica na região inglesa do Canadá. Das aventuras revela que já enfrentou sol, chuva, temperaturas de diversas estações, coyotes, 400 km de deserto no México, dificuldades nas fronteiras, entre outros problemas, que em vez de o deixarem triste, só o encheram de esperança.

“Passei por muita coisa nesses dois anos, mas a solidariedade e o carinho das pessoas por todos os lugares que passei foram mais fortes que tudo. Viajar em um cavalo não é como de bicicleta, por exemplo, porque você precisa parar, alimentar o animal, dar água, ele também precisa descansar. E em todos lugares fui recebido de braços abertos”, diz, agradecido.

Os latinos americanos, segundo eles, são os mais receptivos. “Na hora que a gente atravessa o México percebe a diferença. Os americanos ajudam, mas falam assim: ali tem feno, tem água e pronto. Os latinos não, querem cavalgar com você, querem fazer parte da sua história”, conta.

E foi assim que ele juntou mais dois companheiros para a jornada. Um deles é o cavalo selvagem Dude – cara – que ele ganhou de uma tribo indígena que vive no deserto mexicano. A outra é uma companheira, que são as cinzas da irmã de um homem que ele conheceu no Colorado. “Ele me disse que a irmã era louca por cavalos e me perguntou se eu poderia trazê-la comigo”, conta.

Bênçãos

O pedido apesar de esquisito foi atendido e Filipe diz que acredita que ‘Naomi’ o protege desde então. “Passamos por diversas dificuldades e acredito que a Naomi nos protege. Uma vez, por exemplo, um dos cavalos, o ‘French’ foi atropelado por uma caminhonete. Ele deveria ter morrido com o impacto, ou quebrado uma perna, e eu teria que sacrificá-lo. Mas, apesar da força da batida ele saiu ileso. Teve apenas um corte na boca”, conta.

As cinzas, diz, serão colocadas na arena no fim da jornada. “Vou jogar as cinzas lá e agradecer por ela ter nos protegido”, afirma.

16 mil KM

Do começo da jornada até agora Filipe já percorreu 14 mil quilômetros. Até chegar em Barretos serão 16 mil. Conforme o planejamento, Filipe deve chegar em Barretos no dia 23 de agosto, um dia antes do show da dupla sertaneja Jads e Jadson que o recepcionaram em Campo Grande.

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