Há 60 anos trabalhando em casa de família, Ilda atribui a saúde à lida diária
Com 75 anos de idade, Ilda Duarte esbanja simpatia e saúde. A senhora de corpo magro, marcas no rosto e pernas ágeis nunca teve de preguiça de enfrentar as adversidades que a vida lhe impôs. Trabalho para ela nunca foi problema, e apesar de há 60 anos exercer a mesma função não reclama. Diz que […]
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Com 75 anos de idade, Ilda Duarte esbanja simpatia e saúde. A senhora de corpo magro, marcas no rosto e pernas ágeis nunca teve de preguiça de enfrentar as adversidades que a vida lhe impôs. Trabalho para ela nunca foi problema, e apesar de há 60 anos exercer a mesma função não reclama. Diz que é o trabalho que a faz ser tão saudável. “Não tenho problema nenhum. Todo ano faço todos os exames. De preventivo a exame de mama, de coração. Tudo. Nunca tenho nada”, orgulha-se.
De família pobre, da região de Pedro Juan Caballero, no Paraguai, Ilda começou a trabalhar ainda menina. Assim que terminou a quinta série, conta, o pai lhe falou que não tinha mais condições de mantê-la na escola. Ela precisou largar os estudos e trabalhar para ajudar nas despesas. E assim foi.
Desde então, Ilda lava, limpa, espana, arruma a casa dela e a de outras pessoas. Apenas em uma das casas que trabalha já são quase 30 anos de serviços e dedicação.
Ela conta que aos 16 anos, após a morte do marido, veio viúva para o Brasil. Aqui arrumou emprego e foi viver nova vida. Casou-se novamente e deste relacionamento teve nove filhos. Todos criados com o serviço em casas de famílias. “Criei todos os meus filhos trabalhando de doméstica”, conta.
“Tenho filho que está se formando e outros já formados. Alguns não conseguiram terminar os estudos, os primeiros. Tiveram que ajudar também. Mas as quatro meninas terminaram. Uma é cabeleireira, outra fez estética, uma trabalha no banco Santander e outra está formando em engenharia”, relata.
Além dos filhos dela, os da patroa também ajudou criar. Ela conta que na casa que trabalha há 28 anos são três rapazes. Todos estão formados e casados. “Eles são muito bons para mim. Já tem a família deles, mas sempre aparecem lá”, diz.
A relação com os patrões também é amigável, e ela conta que o patrão brinca dizendo que ela é a mais novinha deles. Já que todos passaram dos setenta anos.
Força e Saúde
Ilda diz que a idade não a impede de nada. E até hoje sobe as escadas para limpar, arrumar e o que for preciso para deixar a casa nos trinques. O único cuidado que tem, diz, é com a balança. Já que o peso atrapalha na lida diária. “Não deixo passar dos 60 quilos, senão não aguento trabalhar. Quando estou chegando perto, fecho a boca”, conta.
O outro segredinho de saúde são as raízes que toma no chimarrão logo cedo. “Ponho meu ‘jujo’ e tomo meu mate logo cedo. Aí me arrumo e vou a pé para o serviço. Acho que o segredo é caminhar muito e não comer açúcar”, ensina.
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