Grandes redes ‘voltam’ para o centro de Campo Grande e lojistas temem alta nos aluguéis
Tendência já preocupa alguns. Segundo investidores, a dificuldade para arrumar pontos comerciais no centro de Campo Grande só se agrava. Além dos imóveis demolidos para abrir estacionamentos, sobraram salões antigos e inflacionados.
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Tendência já preocupa alguns. Segundo investidores, a dificuldade para arrumar pontos comerciais no centro de Campo Grande só se agrava. Além dos imóveis demolidos para abrir estacionamentos, sobraram salões antigos e inflacionados.
Depois do período de declínio provocado pelas vantagens que os shoppings ofereciam e problemas como falta de local para estacionar, o centro comercial de Campo Grande parece reagir. Centros comerciais e a ‘invasão’ de estacionamentos parecem alavancar a recuperação que anima os lojistas.
Grandes redes varejistas estão investindo e abrem novas unidades fora do ar-condicionado dos shopping centers de olho no poder aquisitivo de quem anda pelas ruas centrais da Capital. No setor de moda, por exemplo, além das tradicionais, como Riachuelo, Marisa, Pernambucanas e Americanas, novas marcas já preparam lojas na região, como a C&A.
Além disso, as principais lojas de eletrodomésticos continuam com as principais unidades cravadas no centro de Campo Grande. Para os lojistas que apostam na região, a ‘volta’ para as ruas é tendência no mercado de varejo em todo o Brasil.
Segundo o presidente da CDL (Câmara dos Dirigentes Lojistas), Ricardo Kuninari, essa migração das grandes lojas para o centro da Capital segue tendência nacional e está consolidada em Campo Grande.
“O custo para um lojista manter um comércio nos grandes shoppings é muito alto. Por lá as vendas são maiores, porém, os custos de aluguéis e outros também são muito maiores. No final, a rentabilidade no centro da cidade é maior”, explica Ricardo.
Kuninari é proprietário de lojas no centro e nos maiores shoppings da cidade, e diz que é uma questão mercadológica. “Eu falo isso como presidente da CDL e como lojista”, ressalta.
De acordo com a supervisora financeira da loja Riachuelo, Emily Luiza do Nascimento, as pessoas que trabalham no centro também são clientes dessas grandes redes. “Temos várias lojas pela cidade, mas aqui no centro o fluxo é maior do que nos shoppings. Há muitos trabalhadores dessa região que compram aqui”, destaca.
Para a superintendente de um shopping que fica na região central, Helma Firmino, essas grandes lojas perceberam que o público do centro tem um grande potencial de crescimento. “Você pode notar que o centro está sempre cheio de gente. E são pessoas que andam com sacolas nas mãos, não são apenas pessoas em trânsito”, frisa.
Segundo o ajudante de serviços gerais, Clayton Aparecido Pereira Matos, de 28 anos, o centro é sempre a melhor opção para fazer compras. “Quando vou comprar algo eu nunca vou ao shopping. Sempre prefiro vir ao centro porque é mais barato”, relata.
O vigilante Joel Pereira, de 26 anos, afirma que só vai aos shoppings para passear ou comer. “Se essas lojas estão se instalando no centro isso vai ser bom para todo mundo”, ressalta.
Esse movimento ‘de volta às ruas’, no entanto, já preocupa alguns. Segundo investidores, a dificuldade para arrumar pontos comerciais no centro de Campo Grande só se agrava. Além dos imóveis que foram demolidos para abrir espaço a estacionamentos, sobraram salões antigos e inflacionados.
O presidente da CDL diz que os lojistas também se preocupam com a possibilidade de nova onda de supervalorização imobiliária. “Só espero que essa procura não valorize demais o centro, tornando os imóveis caros”, pondera.
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