Gaste menos e economize mais em 6 passos
Depois de alguns anos de trabalho, o salário melhorou e o padrão de vida subiu – o carro é mais novo, a casa é em um bairro melhor e até os restaurantes frequentados são um pouco mais caros. Todo mundo sempre fala que precisa economizar, reduzir os gastos e fazer uma poupança. O problema acontece […]
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Depois de alguns anos de trabalho, o salário melhorou e o padrão de vida subiu – o carro é mais novo, a casa é em um bairro melhor e até os restaurantes frequentados são um pouco mais caros. Todo mundo sempre fala que precisa economizar, reduzir os gastos e fazer uma poupança. O problema acontece quando depois de sucessivos “mês que vem eu começo”, acontece um imprevisto, como uma demissão inesperada, por exemplo.
Se você já se viu nessa situação – ou acha que ela encaixaria perfeitamente na sua falta de provisões –, saiba que não é o único. A renda melhorou e qualquer um adoraria usufruir de uma condição mais confortável. Reduzir o padrão de vida e cortar gastos é sem dúvida um dos momentos mais difíceis do processo de reeducação financeira.
Mesmo sabendo exatamente o que deveria ser feito, as pessoas têm aversão a perdas – seja de dinheiro ou de padrão de vida. Pesquisas conduzidas pelo Nobel de Economia, Daniel Kahneman, nos Estados Unidos, apontam que o sentimento de incômodo com a perda chega a ser duas vezes mais intenso que a felicidade de um bom ganho.
Por isso, um consumo novo vira hábito e entra na rotina rapidamente. Mas para abrir mão dele, e reduzir as despesas, você precisa de pelo menos o dobro do esforço.
A psicóloga e consultora Regina Silva, do Gyraser Centro de Desenvolvimento, lembra que reduzir o padrão de vida tem impactos que vão muito além dos financeiros. “Quando a pessoa começa a diminuir os gastos, ela acha que está passando a mensagem de fracasso”, explica. “Quando não vai para os jantares e eventos para não gastar, os amigos deixam de fazer convites e, assim, nasce uma tremenda sensação de rejeição.”
Você não poderá evitar o medo de perder o padrão de vida conquistado nem a dor de se sentir rejeitado, mas pode contornar essa sensação incômoda de fracasso.
1 – Encare a realidade
O primeiro passo de todos é reconhecer sua situação. Tenha clareza do problema, sejam dívidas ou a necessidade de um aperto nas contas para uma reserva de emergência. Aline Rabelo, coordenadora do Investmania, conta que há pessoas que fogem tanto de si mesmas que chegam a deixar de abrir as cartas de cobrança entregues em casa. “Precisa ter coragem para encarar o problema”, diz. Analise todas as cartas postas à mesa e pergunte-se quanto terá de economizar ou qual o tamanho da dívida que terá de pagar. “Só de parar, observar e colocar tudo na ponta do lápis a pessoa já sente alívio”, explica.
2 – Tenha clareza de objetivos
O mesmo vale para quem está deixando de consumir agora para realizar um objetivo no futuro. É melhor poupar para um sonho do que perder o sono pensando em como pagar o compromisso assumido.
Saber a razão de estar poupando ajuda a levar a restrição orçamentária com tranquilidade por mais tempo. “Isso é fundamental para que você não fique com a noção de que está perdendo um dinheiro sem motivo”, pontua a psicóloga. Essa fase também vai passar e, se tudo correr como previsto, em breve você está realizando um sonho.
3 – Esteja ciente de que qualquer fase é temporária
Se estiver enfrentando uma crise, como um desemprego ou um turbilhão de despesas inesperadas, mantenha em mente que isso também vai passar. Em alguns meses, sua vida estará organizada novamente e os padrões de consumo poderão ser retomados, ao menos em partes. “Ter consciência de que é um momento de aperto te ajuda a planejar e principalmente a amenizar um pouco a sensação de perda”, explica Regina.
4 – Faça um planejamento
Ponha tudo no papel. Quanto você pretende economizar e por quanto tempo vai fazer a poupança. Lembre-se do planejamento toda vez em que se sentir o último dos mortais por não ter o celular da moda ou por não sair naquele sábado à noite. Aline, do Investmania, lembra que é fundamental identificar quais são os gastos que não podem ser reduzidos. “Em geral, não dá para mexer em alimentação, transporte e moradia. São os três pontos primordiais”, sinaliza. O planejamento por escrito também é um compromisso, funcionando como uma espécie de contrato assinado consigo mesmo.
5 – Não se prive de tudo
Esqueça os radicalismos. Como qualquer reabilitação, você precisará ir aos poucos até se livrar do vício. Regina lembra que não adianta se esforçar ao extremo para passar dois ou três meses em restrição máxima das contas. “É como dieta, depois virá o efeito rebote. O ideal é reduzir a frequência dos gastos supérfluos”, diz.
6 – Não fuja da riqueza
Se o orçamento folgou, aproveite, afinal você pode e deve usufruir do seu esforço. “A gente pode sim aumentar o padrão de vida, mas tem de aumentar igualmente o tamanho das reservas”, explica Regina, do Gyraser. Se o salário aumentar, divida igualmente o adicional entre a parte que vai para a poupança e a parte que entrará no fluxo mensal. “Vivemos em um País onde ter dinheiro e sucesso é um valor. Não dá para ignorar essa vontade.”
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