Muito antes de essa onda de desapego entrar na moda, o designer Humberto Mendes já tinha como prática vender seus objetos decorativos quando outros já tomavam o espaço de seu ateliê. Colecionador nato, Mendes conta que tem mania de juntar coisas, mas de repente desapega e o olhar vai para novos objetos.

De coleções, ele já teve de gibi, de cachimbos, de garrafas de coca-cola, guaranás, uísques, sodas, imãs de geladeiras, pinguins de geladeiras e muitos outros. O pop art e a arte kitsch são algumas das referências que saltam aos olhos na primeira entrada no ateliê.

De caixinhas de gillette antigas, originais dos anos 50, os interessados em objetos vintages ainda encontram uma máquina de escrever dos anos 30, outra dos anos 50, um globo do mapa múndi, e quadros no melhor estilo Andy Warhol. Os artistas não poderiam ser mais pop que a própria referência da arte: Freddy Mercury e Mick Jagger.

São muitos objetos que enchem os olhos de quem vê. Mendes conta que cada um deles tem uma história, uma lembrança, e que agora ao se desfazer das peças novas serão contadas.

A coleção de garrafas de uísque, por exemplo, ele revela que começou por causa de uma garrafa de coca-cola antiga. Conseguiu comprar uma de 1940, da época da Segunda Guerra Mundial. Ele explica que o refrigerante veio parar por aqui porque os americanos desembarcavam em João Pessoa antes de irem para a Europa.

Desta garrafa iniciou a coleção que foi crescendo aos poucos. O interesse por garrafas aumentou e muitas outras entraram para a coleção. O refrigerante Crush, que já nem existe mais, tem o primeiro modelo em garrafa marrom (parecida com o do guaraná Taí, quem lembra?) a versão mais moderna. Já em garrafa transparente.

Os quadros de Freddy Mercury e Mick Jagger são de um artista plástico catarinense. Primo da esposa, ele conta que foi feita uma serie inteira no mesmo estilo. Ficaram os dois, que entram agora para a venda de garagem.

Quadros de sua mulher, Gisele Pacheco Della Barba, também estarão à venda. As três obras são da coleção Traços e Faces. São retratos de anônimos e famosos onde os traços dos rostos se evidenciam em pinceladas com forte caráter emocional. O rosto de Manoel de Barros é uma das peças em exposição.

Além dos quadros os móveis também serão vendidos. São duas cadeiras de madeira em mogno, um sofá talhado a mão, outro comum de três lugares. Ainda tem uma mesa de centro, também em mogno e outra com pezinho talhados.

Um jogo de chá de prata, livros de arte, caricaturas, quadro em alto-relevo e outras peças também entram no desapego. Quem quiser comprar adquirir alguma peça, a Garagem Vintage acontece neste sábado (22) e domingo (23), das 15 às 20 horas. As peças são a partir de R$ 10. O endereço é Rua Arlindo Sampaio Jorge, 602, Nova Bahia.