O São Paulo conquistou na noite desta quarta-feira, no Barão de Serra Negra, sua primeira vitória após quatro jogos e também a primeira fora de casa no Campeonato Paulista. A vítima foi o XV de Piracicaba, que perdeu por 3 a 1, de virada, com gols de Luis Ricardo, Luis Fabiano e Pabon (de pênalti) – os dois últimos graças a passes de Paulo Henrique Ganso, em campo na segunda etapa.

O resultado finda um jejum de quatro partidas sem triunfo na competição estadual, período em que a equipe treinada por Muricy Ramalho contabilizou uma derrota e três empates. Também a leva aos mesmos 18 pontos do Penapolense, que ainda joga na rodada, mas não perde a liderança do grupo A pelos critérios de desempate.

O próximo compromisso são-paulino será apenas daqui a uma semana, depois do feriado do Carnaval, diante do Audax, no Morumbi. O XV (com os mesmos 11 pontos e ainda mais distante da classificação para o mata-mata) vai a campo um dia depois, na quinta-feira, em a Penápolis.

Nesta quarta-feira, bastaram dois minutos de jogo para que a defesa são-paulina desse novo exemplo de desatenção. Em escanteio cobrado pelo XV do lado esquerdo, o lateral esquerdo uruguaio Álvaro Pereira não acompanhou a subida de Cafu da marca penal para o bico da pequena área, e o atacante teve liberdade para dominar a bola entre a barriga e a coxa e chutar para a rede. A velocidade do lance tirou qualquer reação do goleiro Rogério Ceni.

Imediatamente, a equipe interiorana assumiu postura tática defensiva, colocando-se toda atrás do meio-campo quando o São Paulo tinha a posse de bola. Simultaneamente a isso, Muricy Ramalho invertiu o posicionamento de Douglas e Luis Ricardo. O primeiro passou a jogar mais na lateral, deixando o colega de posição, cujo início de carreira foi como atacante, como ponta direita.

Aos 12 minutos, tão logo realizada a inversão, Luis Ricardo empatou o jogo. A jogada começou com o atacante Osvaldo, que, após ganhar dividida pelo lado esquerdo, avançou à linha de fundo e cruzou rasteiro. Dentro da área, o lateral contratado nesta temporada se antecipou ao goleiro Mateus na primeira trave e usou o lado de fora do pé direito – quase o calcanhar – para marcar seu primeiro gol com a camisa tricolor.

A virada quase veio no minuto seguinte. Pabon recebeu passe na entrada da área e finalizou com força, porém parou nas mãos de Mateus. O colombiano, atuando ultimamente como uma espécie de armador (atrás dos demais atacantes), não economiza nos arremates. Teve outra chance mais tarde, em ótimo passe de Osvaldo, mas novamente foi bloqueado pelo goleiro quinzista, desta vez quase na pequena área.

Apesar das boas defesas, Mateus criou risco para a própria meta aos 23 minutos, quando saiu da área para repor a bola com as mãos. Sua sorte foi que Rogério Ceni fez uma cobrança de falta ruim, no canto do goleiro e acima do travessão. O camisa 1 do São Paulo, a propósito, não balança a rede desta forma há mais de um ano. Seus últimos gols na carreira têm sido todos de pênalti.

Como goleiro, no entanto, Rogério Ceni tem feito boas atuações – e vem contando com alguma sorte também nos momentos em que sua retaguarda não ajuda. Como nas finalizações de Alan Bahia, da entrada da área, e de Danilinho, dentro da área. Os dois chutes passaram bem perto da trave tocaram o lado de fora da rede.

Nem Muricy Ramalho nem Edison Só mexeram no intervalo. O treinador são-paulino esperou 13 minutos no segundo tempo para colocar Paulo Henrique Ganso em campo. O escolhido para sair foi Luis Ricardo, autor do gol e criador de algumas boas jogadas tanto na primeira quanto na segunda etapas. Assim, Pabon avançou mais ao ataque, enquanto o camisa 10 herdou a responsabilidade pela armação no meio-campo.

A missão dada foi cumprida aos 23 minutos. Ganso enfiou bola rasteira para Luis Fabiano, entre dois zagueiros. O atacante invadiu a área em liberdade e tocou na saída do goleiro para virar o placar. A torcida tricolor presente no Barão de Serra Negra voltou a fazer barulho, gritando “Ganso”, e o meia ainda errou uma finalização de longa distância, mas sua tarefa ainda não estava completa.

Aos 40 minutos, o camisa 10 deu outro ótimo passe para Luis Fabiano, que foi derrubado na área por Pitty. O colombiano Pabon assumiu a cobrança, enfiou o pé na bola, aumentou a vantagem do São Paulo e garantiu o triunfo no dia em que Muricy Ramalho completou 400 partidas pela equipe.