A Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, por meio do Museu da Imagem e do Som (MIS), realiza de 9 a 13 de junho (segunda a sexta-feira) a quarta edição da Mostra de Cinema Japonês. Serão exibidos ao longo da semana cinco filmes, sempre às 19 horas e com entrada franca.

A Mostra de Cinema Japonês faz parte do projeto CineMIS e celebra o início da imigração japonesa ao Estado. Serão apresentadas produções reconhecidas pela crítica e público com temas diversos e abrangentes. A curadoria mais uma vez é de Jean Albernaz, cineasta e músico atualmente residente no Rio de Janeiro, onde estuda roteiro na Escola de Cinema Darcy Ribeiro.

“A seleção da Mostra, em um primeiro olhar, se apresenta como a mais heterogênea de todas, sendo quase improvável um fio condutor estético ou temático”. O que teria em comum o filme Céu e Inferno, de Akira Kurosawa e o ‘exagero punk’ de Crazy Thunder Road? O que conecta os filmes este ano é um olhar sobre o marginal, explica o curador da mostra.

“Céu e Inferno trabalha na temática e esteticamente a diferença entre a vida de um magnata numa mansão luxuosa e a vida de um miserável nos becos de um submundo urbano. No documentário O Exército Nú do Imperador Continua Marchando é retratada uma batalha quixotesca entre um homem e o ideal de patriotismo no Japão, algo muito maior do que qualquer Godzilla. No fim das contas, o que temos aqui é um punhado de filmes belos, rudes, agressivos e singelos sobre o que é estar à margem. Seja no Japão ou em qualquer lugar do mundo”, pontua Jean Albernaz.

“A cultura japonesa é notoriamente marcante e presente no Estado, permeando hoje nossos costumes, culinária e identidades, indo além das fronteiras entre descendentes e não descendentes. Assim, a Mostra Cinema Japonês é de extrema importância para Mato Grosso do Sul uma vez que democratiza o acesso às produções audiovisuais japonesas e promove o debate e a reflexão, contribuindo com a formação e a difusão de conhecimento e cultura no Estado de forma antenada à contemporaneidade”, explica o presidente da Fundação de Cultura, Américo Calheiros.

Confira a programação:

9 de junho (segunda-feira) – “Céu e Inferno”

O filme é um policial em 4 atos: O Crime, A Investigação, A Caçada e O Confronto. A partir do seqüestro de um garoto, Kurosawa usa a trama policial como uma análise da sociedade japonesa da época. Indicado ao Globo de ouro de 1964 e no Festival de Veneza em 1963. (Tengoku to Jigoku, Dir. Akira Kurosawa, 143 min, 1963). Classificação: livre.

10 de junho (terça-feira) – “O Exército Nú do Imperador Continua Marchando”

Seguindo a investigação de um senhor de 62 anos de idade sobre o que realmente aconteceu com os seus companheiros de pelotão durante a II Guerra Mundial, o documentarista Kazuo Ohara constrói uma obra pungente sobre o que é patriotismo e o que é ser japonês no pós-guerra. Premiado no Festival de Yokohama 1988, Berlim 1987 entre outros. (Yuki Yukite Shingun, Dir. Kazuo Hara, 122 min, 1987). Classificação 16 anos.

11 de junho (quarta-feira) – “Uma Família em Tokyo”

Yoji Yamada, conhecido pela sua Trilogia dos Samurais, presta uma homenagem ao clássico absoluto do cinema japonês “Era Uma Vez em Toquio”, de Ozu, que conta a simples história de um professor aposentado e sua esposa visitando os filhos em Tóquio. Uma bela e sútil reinterpretação que rendeu 12 indicações ao prêmio da Academia Japonesa. (Tokyo Kazoku, Dir. Yoki Yamada, 146 min, 2013). Classificação livre.

12 de junho (quinta-feira) – “Crazy Thunder Road”

Quando o líder de uma gangue de motociclistas se apaixona por uma garçonete e deixa sua rebeldia de lado, o resto da gangue se sente traída. Com uma trama clássica dos filmes de gangues americanos, o diretor Sogo Ishii cria um filme que consegue imprimir em película toda a urgência de uma canção punk. Vencedor de melhor filme independente e melhor ator no festival de Yokohama em 1981. (Kuruizaki Sanda Rodo, Dir. Sogo Ishii, 95 min, 1980). Classificação: 16 anos.

13 de junho (sexta-feira) – “Minha Vingança”

Com base em registros policiais e no premiado livro escrito por Ryuzo Saki, este filme relata a terrível onda de crimes de Iwao Enokizu (Ogata), um homem vazio sem “kokoro”, que significa em japonês tanto “eu” como “coração”. Funcionário insatisfeito, Enokizu mata várias pessoas sem qualquer razão e consegue escapar da polícia, mesmo com seu rosto celebrizado em todo o país. Ganhador de 6 prêmios da Academia Japonesa de Cinema em 1980, entre eles melhor diretor e melhor filme. (Fukushu Suru Wa Ware Ni Ari, Dir. Shoei Imamura, 140 min, 1979). Classificação: 18 anos.

Serviço:

A Mostra de Cinema Japonês acontece de 9 a 13 de junho, sempre às 19 horas, no Museu da Imagem e do Som, que fica no Memorial da Cultura, na Avenida Fernando Correa da Costa, 559, 3º andar, Centro. Outras Informações pelo email: [email protected], pelo site www.misms.com.br ou pelo telefone 3316-9178.