A Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul inaugura na terça-feira (10), às 19h30, no MARCO (Museu de Arte Contemporânea) a segunda Temporada de Exposições 2014 com quatro mostras: CulturaxNatura – acrílica sobre tela de Cássio Leitão Camarero (SP), La patria puede contar conmigo – fotografias da artista Daniella Avelaneda Origuela (SP), Estruturas Imaginárias – coletiva de 14 artistas de São Paulo e Mais para o centro – acervo do MARCO e coleção particular.

A mostra CulturaxNatura, acrílica sobre tela do artista paulistano Cássio Leitão Camarero, discute a linguagem da pintura de abstração a partir de fotografias de catástrofes naturais com ângulos fechados, que fazem com que o observador percorra a superfície de suas telas.

“A cultura humana, cada vez mais tecnológica, se distanciou do natural e em seu universo predominantemente urbano e protegido parece ter se esquecido dos espaços abertos e da exposição às intempéries nos horizontes naturais”, explica Cassio.

La pátria puede contar conmigo, fotografias em preto e branco a paulistana Daniella Avelaneda Origuela (SP), narra a adualidade lúdica e documental dos meninos da escola de boxe Rafael Trejo, em Cuba, quando por lá esteve a artista em 2011.

Por meio da fotografia dos pequenos boxeadores, Daniella Avelaneda Origuela expõe a condição social do país e mostra os escassos recursos materiais em oposição à garra e perseverança com que “lutam” diariamente os jovens garotos.

Estruturas Imaginárias é pensada a partir do pensamento do filósofo francês Michel Foucault no texto De Outros Espaços (1967): “Que tem como o reflexo do espelho uma evidência concreta para uma existência paralela entre o mundo material e o plano metafísico e que, somente por meio de seu reconhecimento, é possível assimilar a realidade como um todo, já que sua significância parte deste lugar”, segundo o artista Fernando Quitério (integrante da coletiva).

As obras são dos artistas Alessandra Duarte, Beatriz Chachamovits, Carolina Teivelis Meirelles, Clara Benfatti, Fernando Mira, Fernando Quitério, Flavia Mielnik, Guilherme Conde Neumann, Inês Moura, Renata Cruz, Sara Mello, Talita Zaragoza, Thiago Navas e Yasmin Salim Flores, todos radicados em São Paulo.

Os artistas utilizam variadas técnicas e materiais como nanquim, óleo sobre tela, aquarela, caneta esferográfica, colagens e guache para compor Estruturas Imaginárias. “O título serve como símbolo para o limite entre estes dois mundos paralelos e simbióticos, uma investigação em relação ao que habita e do que são constituídas as pontes entre a realidade e a metafísica. São continentes onde pensamento e ação se fundem, ponto comum na pesquisa de cada dos 14 artistas que investigam, cada qual a sua maneira, o que habita os limites entre o real e o fantástico, o figurativo e o abstrato”, acrescenta Fernando Quitério.

Mais para o centro reúne obras do acervo do Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul e de colecionadores particulares de Campo Grande. “Apresenta alguns dos artistas que estão ou já produziram no Centro-Oeste brasileiro, sem a pretensão de se querer representar uma visualidade característica que defina essa região, visto que, apesar de uma proximidade geográfica, cada lugar possui e produz elementos de cultura bem peculiares”, explica Rafael Maldonado, curador da mostra.

A exposição revela o amplo campo expressivo dos artistas que trabalham em locais que ainda não foram plenamente inseridos no roteiro do sistema da arte no país. Fazem parte da mostra obras significativas produzidas por Ana Ruas, Beto Lima, Camila Soato, Carlos Nunes, Dalton Oliveira de Paula, Divino Sobral, Edson Castro, Evandro Prado, Genésio Fernandes, Gervane de Paula, Helder Rocha, Jorapimo, Humberto Espíndola, Lú Sant’Anna, Marcelo Solá, Mercedes Barros, Ovini Rosmarinus, Priscilla Paula Pessoa, Paulo Rigotti, Rafael Maldonado, Vânia Pereira, Virgílio Neto, Zilá Soares, entre tantos outros.