O Fundo Monetário Internacional (FMI) disse que o Brasil precisa fazer reformas para tirar o foco do crescimento do consumo, de acordo com um relatório da entidade publicado nesta quinta-feira (12).

A orientação está no documento “Mercados emergentes em transição: perspectivas de crescimento e desafios”, que aponta a necessidade de reformas em vários países para enfrentar as “condições globais menos favoráveis”. O FMI diz que é preciso usar políticas macroeconômicas certas para resolver os desequilíbrios e reformas estruturais para sustentar ou restaurar o potencial de crescimento.

O Fundo indica que vem havendo redução no crescimento dos países emergentes desde o pico alcançado após a crise global, em 2010 e 2011: a expansão de 80% deles desacelerou em 2012 e até o fim de 2013 o crescimento foi 1,5 ponto percentual menor do que em 2010-2011.

“Essa desaceleração sincronizada é comparável no tamanho e persistência às crises anteriores, quando o crescimento de 70% dos emergentes diminuiu ao mesmo tempo por entre 4 e 6 trimestres”, diz o texto. No entanto, diferente dos outros períodos, a redução não se deve à crise, mas a fatores comuns entres os países e estruturais: demanda externa mais fraca e normalização da demanda depois do pico alcançado após a crise.

Desacelerações diferentes

O relatório aponta que a desaceleração do crescimento dos emergentes ocorreu em intensidades diferentes nos países. “O crescimento da China de 2010-11 desacelerou 2,25 pontos percentuais (para cerca de 7,75% em 2013), o Brasil diminuiu 2,75 pontos percentuais (para apenas 2,25%), enquanto que a desaceleração da África do Sul foi mais pontual”, diz o Fundo.

Para a China, o FMI indica que as reformas devem ser feitas para mudar o foco do crescimento baseado no investimento.