A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) condenou nesta sexta-feira “mais um ato de barbárie contra um jornalista no exercício de seu trabalho”, após o cinegrafista da TV Bandeirantes ter sido gravemente ferido durante a cobertura do protesto contra o aumento da passagem de ônibus no Rio de Janeiro na quinta-feira.

Santiago Andrade registrava imagens em frente à Central do Brasil. Ele foi atingido por um artefato explosivo na altura da orelha esquerda. Após ser operado nesta madrugada, ele segue internado no hospital municipal Souza Aguiar, também no centro do Rio, em estado muito grave.

“Em 2013 foram mais de cem agressões registrada somente durante o chamado Movimento de Junho. Neste início de 2014 já são três casos de jornalistas agredidos em coberturas de manifestações”, afirmou a Fenaj em nota. O órgão exigiu na nota uma reunião com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

A Fenaj pediu ainda que a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República crie um observatório nacional e público, com a participação de profissionais da área, assim como de empresários do setor e representantes do governo para acompanhar e fiscalizar crimes, agressões e ameaças a jornalistas, além da aprovação de uma lei que federalize a investigação dos crimes contra os profissionais de imprensa.

O órgão pede ainda a assinatura de um protocolo entre a Fenaj e as organizações empresarias no sentido de garantir a segurança dos jornalistas, que deve prever treinamento, oferecer equipamento eficiente de segurança, prover com seguro a família e o trabalhador e, principalmente, permitir através de uma comissão interna a pertinência e o enfoque a ser buscado na reportagem.

A Fenaj exige ainda a investigação imediata sobre o autor do atentado contra o cinegrafista Santiago Andrade e imediata instauração de processo policial e judicial.