Com as mudanças no regulamento, a organização da Stock Car buscava mais emoção. Conseguiram. Na primeira prova do ano, com pista molhada em certos pontos e seca em outros, não faltaram trocas de posição, rodadas e velocidade e, no final das contas, o estreante Felipe Fraga se tornou o piloto mais jovem a vencer uma corrida de Stock, entregando seu carro em terceiro lugar e, com um pit perfeito, viu sua dupla, Rodrigo Sperafico, assumir a liderança e abrir grande distância ao segundo colocado.

“Isso é um sonho, nem imaginei estar aqui. Quero agradecer todos que estão torcendo e o Rodrigo que correu muito bem depois do pit. Vai demorar pra cair a ficha, mas agradeço muito ao Mauro Vogel (chefe de equipe), esse carro parecia estar correndo em pista seca, mas na chuva”, disse Felipe Fraga, em entrevista após a prova.

“A troca foi fundamental. Quero agradecer ao Felipe porque desde que ele me convidou eu sabia que teríamos uma grande chance. Eu fiquei sem rádio na corrida e não sabia o andamento de nada, só continuei acelerando o máximo que pude”, completou Sperafico.

A dupla Valdeno Brito/Jeroen Bleekemolen ficou em segundo lugar, seguido por Marcos Gomes/Mauro Giallombardo. O líder da primeira parte da prova foi Cacá Bueno, que viu seu companheiro Pato Silva devolver o carro em sétimo.

A CORRIDA:

Antes da largada, os pilotos fizeram mistério sobre qual seria o pneu utilizado. A pista estava molhada em certos pontos, mas a chuva já havia passado. Ainda assim, todos os pilotos decidiram largar com pneus de chuva.

E antes mesmo do início da prova, uma supresa: Thiago Camilo, um dos favoritos, abandonou com problemas no câmbio.

Cacá Bueno, que largava em primeiro, manteve a posição, ao contrário de Felipe Fraga, que largou mal e cai pra quarto. Daniel Serra, saindo em terceiro, tomou a posição de Fraga e atacou Cacá, que conseguiu manter posição, após o ataque e tomada de posição de Valdeno Brito em cima de Daniel. Ao fim da primeira volta, de forma arrojada, Fraga “empurrou” Daniel na curva, ultrapassou-o e, ao fim da primeira volta, retornou à sua posição de largada.

Após três voltas lançadas, Rubens Barrichello tentou ultrapassagem em Denis Navarro e ambos rodaram, com isso, causou um acidente com três pilotos. O carro de Navarro rodou e, ao tentar voltar para a pista, foi atingido por Vitor Genz, que também se chocou com Max Wilson. Ambos os pilotos abandonaram, mas nada de mais grave aconteceu.

Após o acidente, o safety car foi chamado à pista e, na relargada, Felipe Fraga novamente não se saiu bem, caindo do segundo para o quinto lugar e retornando à terceira posição após uma volta. No pelotão de trás, as posições se alteravam a cada curva.

Na metade da prova, os 5 primeiros se mantinham, na ordem, em Cacá Bueno, Valdeno Brito, Felipe Fraga, Daniel Serra e Marcos Gomes. E então foi dado início às trocas de pilotos.

O líder Cacá foi o primeiro a parar para a troca, com quase 21 minutos para o fim da prova e, na sequencia, todos os pilotos fizeram as trocas de pilotos.

A 15 minutos do fim, a ordem do grid já mostrava Rodrigo Sperafico na liderança, com Bleekemolen em segundo, Giallombardo em terceiro e Mark Winterbottom em quarto.

Alessandro Pier Guidi e Pato Silva protagonizaram uma “briga interna” na equipe Red Bull, com toques, rodadas e diversas trocas de posições entre si, inclusive com uma punição à Pato por conduta anti-desportiva, ao “forçar a rodada” do carro de Guidi.

A diferença técnica entre os pilotos convidados era visível, com grandes lacunas sendo formadas na pista, o que não foi visto na primeira parte da corrida, mais equilibrada.

No fim, com grande distância ao segundo colocado, a dupla do estreante Felipe Fraga e do experiente Rodrigo Sperafico chegou à vitória, com uma boa estratégia de pit-stop e grande corrida do convidado. Fraga, que acompanhou a chegada de Rodrigo na grade da reta, não se conteve e chorou muito após a prova.