Farmacêutico atribui morte de pacientes após quimioterapia à falha de medicação

Durou cerca de cinco horas o depoimento do farmacêutico Raphael Castro Fernandes, responsável por manipular a medicação aplicada nas três pacientes de quimioterapia da Santa Casa de Campo Grande que morreram após as sessões. O farmacêutico chegou à 1ª Delegacia de Polícia Civil às 13h55 desta terça-feira (12) e só saiu por volta das 19 […]

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Durou cerca de cinco horas o depoimento do farmacêutico Raphael Castro Fernandes, responsável por manipular a medicação aplicada nas três pacientes de quimioterapia da Santa Casa de Campo Grande que morreram após as sessões. O farmacêutico chegou à 1ª Delegacia de Polícia Civil às 13h55 desta terça-feira (12) e só saiu por volta das 19 horas.

De acordo com a delegada Ana Cláudia Medina, responsável pelas investigações, Raphael confirmou ter sido ele quem manipulou o medicamento, mas disse acreditar que pode ter acontecido falha na medicação. “Ele credita que seja problema na medicação em si. Com relação ao processo de manipulação, ele afirma que não houve erros”, diz.

Conforme o depoimento, o trabalho na quimioterapia da Santa Casa foi o primeiro do farmacêutico no setor. Ele foi convidado pelo médico José Maria Ascenço após o antigo farmacêutico passar em outro concurso. “Realmente ele afirma que na data de 23 a 28, que a gente trabalha com as hipóteses das vitimas terem problema com a quimioterapia, era ele responsável pela manipulação”, explica a delegada.

Como era novo no setor, após o período de adaptação, o farmacêutico ficou sozinho no setor e foi acordado que em caso de dúvidas, ele chamaria a enfermeira Giovana de Carvalho Penteado. Durante o tempo em que o setor ficou sem um enfermeiro, era ela quem fazia a manipulação dos medicamentos.

“Não era um procedimento que ele fazia antes. Ele alega que as dúvidas foram antes da infusão na bolsa quimioterapia e que as duvidas foram sanadas pela enfermeira Giovana”, comenta Ana Cláudia.

Após prestar depoimento, o farmacêutico saiu sem falar com a imprensa. O advogado Felipe Barbosa, que também acompanhou todos outros envolvidos no caso e que já prestaram depoimento, se negou mais uma vez a comentar o depoimento e os rumos da investigação. Ele afirmou que estão colaborando com o inquérito instaurado pela Polícia Civil, e que por hora, não daria declarações.

A Polícia Civil ainda deve ouvir o antigo farmacêutico, que trabalhou no setor por 13 anos e técnicas de enfermagem e médicos para esclarecer como funcionava o setor.

Outras vítimas

Após a repercussão das mortes, outras pessoas que foram submetidas a tratamento no mesmo setor ou com o mesmo medicamento também procuraram a Polícia Civil. Segundo a delegada, por enquanto, outras mortes de pacientes submetidos à quimioterapia na Santa Casa não estão sendo investigadas.

“Todos os que vieram buscaram orientação. Não são considerados vítimas nesse momento. São datas diferentes, tipos de doença diferente, tipo de doença diferente, idades diferentes. Pelo que analisamos até agora, não tem relação nenhuma”, explica Ana Cláudia.

As exumações dos três corpos realizadas na semana passada são consideradas pela delegada como um ‘passo fundamental’ para descobrir o que pode causado as mortes. “Estamos bastante esperançosos que venham nos auxiliar nas investigações”, conclui a delegada.

Conteúdos relacionados