A família de Arnaldo Cardoso Rocha, militante da Ação Libertadora Nacional (ALN) morto durante a ditadura militar, encaminhou na manhã desta terça-feira à Comissão Nacional da Verdade uma petição para mudança em seu documento de óbito. O pedido é para que a Justiça ateste que Rocha foi morto no dia 15 de março de 1973 sob tortura e não após uma troca de tiros com agentes do Estado. O novo atestado de óbito deve indicar que Rocha morreu por “traumatismo crânio encefálico provocado por projéteis de arma de fogo”.

O pedido da família de Rocha é reforçado pelos resultados de uma exumação do corpo, feita em agosto do ano passado, em Belo Horizonte, coordenado pelo professor Marco Aurélio Guimarães, do Laboratório de Antropologia Forense da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (SP). Em seu laudo, Guimarães disse que foi possível concluir que Rocha não foi morto em confronto, conforme atestava a versão oficial de sua morte.

“Finalizamos o laudo afirmando que houve homicídio doloso, intencional. A nosso ver, é inviável se pensar que a morte possa ter ocorrido em situação de confronto ou de qualquer outra forma que não com intencionalidade da ação de torturar e matar”, disse o perito, na manhã de hoje, durante audiência pública na Assembleia Legislativa de São Paulo, coordenada pela Comissão Nacional da Verdade e pela Comissão Estadual da Verdade de São Paulo.