A família Heber Caio Ramirez Ribeiro, de 8 anos, morto na sexta-feira (6), pretende entrar na justiça contra o Estado sobre a omissão de socorro. “Nesta segunda-feira (9) vou conversar com um advogado sobre isso. Esta hipótese não está descartada”, frisa. 
Na sexta-feira, o caso foi registrado na Polícia Civil e encaminhado a Depac (Delegacia Especializada de Proteção a Criança e ao Adolescente). No mesmo dia, o Imol (Instituto Médico Odontológico legal), emitiu um o laudo necroscópico que afirmou que a morte foi provocada por choque anafilático.
Entenda o caso
O Heber Caio Ramirez Ribeiro, de 8 anos, que morreu na madrugada de sexta-feira, no bairro Vivendas do Bosque – região leste de Campo Grande. O fato teria ocorrido por conta de um remédio que a criança teria tomado durante a noite, por causa de um entorse no joelho, provocado durante uma brincadeira com irmãos e primos na terça-feira (4). 
Na madrugada de sexta-feira, a criança começou a passar mal e a família acionou o Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência), que recusou o atendimento informando que, “não se tratava de urgência o caso da criança”. Heber estava gelado, com marchas rochas e vermelhas pelo corpo e mal conseguia respirar. 
Já o Corpo de Bombeiros informou que, estava sem viatura, mas que mandaria uma UR (Unidade de Resgate) ao local assim que terminasse um atendimento em andamento que ocorria em outro local. Entretanto, o menino só foi socorrido horas depois, pelo tio, e chegou morto no posto de saúde do bairro Tiradentes – área leste. 
“Ainda estamos em choque com tudo isso que aconteceu”, disse o pai o vigilante Robson Silva Pereira, de 38 anos, que estava trabalhando no momento em que aconteceu o incidente. O velório de Heber começou na sexta-feira no fim da tarde e o enterro aconteceu ontem (8). 
Os familiares e os amigos se uniram para pagar o velório e o enterro do menino, já que o vigilante ainda não recebeu o salário. “Algumas pessoas ajudaram dando dinheiro e outros me emprestaram. Ainda tenho que devolver este dinheiro”, fala. 
O vigilante contou que ninguém o procurou. “Nem Estado, nem saúde, nem ninguém. Estamos nos sentindo totalmente abandonados. Não nos procuraram para dar algum tipo de explicação ou ao menos nos ajudar com as custas do velório e enterro”, revela. 
Além dos pais, Heber tinha mais cinco irmãos, com idade entre 18 e dois anos. Eles moram no Vivendas do Bosque, com os tios e quatro primos, mas iriam se mudar nos próximos dias.