Falta de ajuda no parto mata quase 1 milhão de bebês por ano, diz estudo

A presença de um profissional de saúde durante o parto poderia evitar 950 mil mortes de bebês por ano, segundo relatório da fundação Save The Children. O estudo identificou que 2,2 milhões de mortes ocorreram em 2012 durante o nascimento ou no primeiro dia de vida da criança. A presença de um médico, enfermeiro ou […]

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A presença de um profissional de saúde durante o parto poderia evitar 950 mil mortes de bebês por ano, segundo relatório da fundação Save The Children.

O estudo identificou que 2,2 milhões de mortes ocorreram em 2012 durante o nascimento ou no primeiro dia de vida da criança.

A presença de um médico, enfermeiro ou parteira preveniria 45% dos óbitos durante o parto e 43% daqueles entre recém-nascidos.

O relatório destaca que 40 milhões de mulheres não receberam nenhum tipo de assistência profissional ao dar à luz, das quais 2 milhões estavam completamente sozinhas.

A maioria delas são pobres, fazem parte de minorias étnicas, têm poucos anos de estudo ou vivem em áreas rurais.

Carência

A Save The Children estima em 7,2 milhões a carência de médicos, enfermeiros e parteiros no mundo.

Além de prover os cuidados necessários durante e após o nascimento, esses profissionais são essenciais para os 10% dos recém-nascidos que precisam de ajuda apenas para respirar.

Dentre os 75 países analisados no relatório, a Somália é onde esse tipo de atendimento é o mais precário: apenas 9,4% dos partos têm a presença de um profissional de saúde.

Depois vêm a Etiópia, com 10%, e a República do Chade, com 16,6%.

Os melhores índices estão no Uzbequistão, com 99,6%, no Turcomenistão, com 99,5%, e Botsuana, com 99,1%.

Dever de casa

O Brasil está na quarta posição, com 98,9% dos partos assistidos por um profissional. É o melhor índice dentre os seis países da América Latina e do Caribe analisados no estudo.

“O Brasil vem fazendo seu dever de casa e implementando políticas, como o programa Saúde da Família, que encaminham para postos de atendimento gestantes pobres e que vivem em áreas de difícil acesso”, afirma Denise Cesário, gerente de programas e projetos da fundação Abrinq/Save the Children.

“Isso permite fazer o acompanhamento pré-natal e encaminhar os casos complexos, que requerem mais exames e atenção”, afirma Cesário. “Metade das mortes de crianças menores de um ano podem ser evitadas assim.”

O estudo mostra que a maiores taxas de mortalidade nesta faixa etária são encontradas justamente onde esse tipo de atendimento é precário, como a África, o leste do Mediterrâneo e o sudeste asiático.

Obstáculo

Segundo a Save the Children, as mortes de crianças no parto e no primeiro dia de vida representam o maior obstáculo para a queda nas taxas de mortalidade infantil.

Entre 1990 e 2012, o número de mortes de crianças antes de completar cinco anos caiu pela metade no mundo: passou de 12,6 milhões para 6,6 milhões.

Desse total, um terço ocorreu entre o parto e antes de completar o primeiro dia de vida.

De acordo com a organização, seria necessário dobrar o ritmo do aumento do número de partos atendidos por profissionais para que todos os nascimentos tenham esse tipo de assistência até 2025. Caso contrário, a meta só será atingida em 2043.

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