Exposição reúne objetos que marcam o fim das relações amorosas
Um vestido de noiva meio queimado, anéis com iniciais gravadas e uma faca são alguns dos objetos que um museu do México está recebendo de pessoas que querem fechar ciclos e que farão parte de uma exposição sobre relações terminadas. Quando uma relação acaba há coisas que permanecem, lembranças em forma de objetos que as […]
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Um vestido de noiva meio queimado, anéis com iniciais gravadas e uma faca são alguns dos objetos que um museu do México está recebendo de pessoas que querem fechar ciclos e que farão parte de uma exposição sobre relações terminadas.
Quando uma relação acaba há coisas que permanecem, lembranças em forma de objetos que as pessoas se aferram até um dia talvez estarem preparados para deixá-los. Hoje podem ter outro destino, o museu das Relações Terminadas de Zagreb, na Croácia, que tem reunido objetos também no México.
“Na entrega de objetos está o sentimento de alívio, ‘estou livre para deixar pra trás, estou preparada para deixá-lo ir’”, contou à Agência Efe a diretora do Museu do Objeto do Objeto (Modo), Paulina Newman, que será a sede desta exposição no México.
A mostra deve ser inaugurada em março e estes dias realiza o processo de recepção de itens, que no final passarão a fazer parte do Museu das Relações Terminadas de Zagreb, criado em 2006.
Segundo Newman, os criadores do museu, Olinka Vistica e Drazen Grubisic, eram um casal e quando se separaram “foi muito simples dividir os bens que tinham valor econômico como o carro ou a casa, mas custou mais nos desfazer dos objetos com valor sentimental”, foi quando tiveram a ideia de criar o centro.
“Temos na sociedade muitas cerimônias que lembram eventos importantes na vida, mas não há nenhum ritual quando há uma ruptura e é muito necessário porque muitas vezes estas marcam mais que qualquer outro fato”, explicou.
Os objetos doados têm que ser representativos, ter “uma carga emocional de uma relação que já terminou, que pertence ao passado, de algo que já não está na sua vida, mas que por alguma razão não teve coragem ainda de se livrar dele”.
“As pessoas veem em entregá-lo uma oportunidade de deixar ir, de fechar ciclos e de fazê-lo de uma maneira significativa, criativa”, acrescentou a diretora do Modo, que explicou que os objetos são acompanhados de textos anônimos escritos pelos doadores.
A exposição viajou e recolheu objetos por 35 cidades de todo o mundo com uma coleta moderada de objetos, sendo Paris o lugar onde mais os conseguiram, cerca de 120.
Mas no México foram batidas todas as expectativas, e isso porque ainda fica um mês de coleta, pois nos dois primeiros dias chegaram 200 solicitações de doação e hoje já há mais de 500.
Por isso, embora até agora houvesse a política de não selecionar “porque não há uma história que seja mais importante que outra”, no México necessariamente ela terá que acontecer, pois só há lugar para expor 150 objetos.
A enorme participação no México se deve “à falta de dificuldade de falar de nossas relações passadas e do desamor e por gostarmos de compartilhar também essa parte de nossa vida, não a guardamos para nós mesmos”, considerou Newman.
Ali se recebeu de tudo, de uma faca que um casal usava para cozinhar e que ela o presenteou para “cortar definitivamente” até um vestido de noiva que a dona ateou fogo quando terminou sua relação, mas se arrependeu quando o viu arder e apagou.
Também há objetos que um dia se separaram, como duas figuras de Pokémon que um casal dividiu ao terminar a relação, mas que agora levaram juntos ao museu para mostrar que as rupturas nem sempre têm que acabar mal.
E se as histórias contadas são de amor, de fato, na seleção, que começa através do site do museu, são buscados reflexos de “toda a diversidade de relações e de experiências”.
Assim, por exemplo, estão as xícaras de porcelana de uma tia muito rica que passaram de mão em mão por várias gerações de uma família e agora decidiram que “já é hora de cortar com a tia rica e doar essas xícaras que foram uma carga para tantas gerações”.
Também objetos que contam histórias dilaceradoras, como a de uma mãe que perdeu seu bebê e está doando as luvas que ele usou no hospital quando nasceu.
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