O simulador que passou a ser uma exigência do Conselho Nacional de Trânsito é uma máquina de alto custo. “O valor é de cerca de R$ 40 mil, um custo elevado para os donos investirem, é uma máquina cara e tem que ter no mínimo 240 horas/aula por mês ao custo de R$ 50 a R$ 60 por aula, ou nem compensa”, contabiliza Wagner Prado, presidente do Sindicato das Autoescolas de Mato Grosso do Sul.

E se a exigência é de cinco aulas no simulador, isso deve encarecer a CNH em até R$ 300. Ou seja, uma CNH completa pode chegar a R$ 1.500 dependendo do local. Segundo apuração da reportagem, em Campo Grande os valores de uma CNH podem variar de R$ 635 a R$ 1.100 apenas para a categoria B.

Valor indefinido

A reportagem entrou em contato com quatro autoescolas e tudo depende da “experiência” do candidato. O pacote usual é de 15 aulas práticas para os candidatos a dirigir um carro devidamente habilitado, porém é possível que esse valor caia e em um deles é oferecida CNH para quem já dirige “muito bem” pelo valor de R$ 399, mais os R$ 236 da parte teórica.

“Isso é só para quem já dirige muito bem, quem não vai fazer nenhuma aula prática, só umas duas para testar mesmo”, pontua o vendedor perguntando se o candidato a CNH já sabe dirigir. Questionado sobre o simulador o vendedor se mostra despreocupado. “Se for instalado e o Detran exigir, daí sim vamos nos preocupar”.

Em outra autoescola o vendedor é solícito até o momento em que se questiona sobre o simulador. “Daí não tem como, daí vai ficar R$ 2 mil uma carteira de habilitação e o simulador ainda não foi nem instalado”, declara o outro vendedor. “Em São Paulo o valor é de R$ 250 a mais, aqui em Campo Grande acredito que vai ficar pelo menos R$ 300 mais caro”, analisa outro vendedor.

Segundo o CONTRAN, Centros de Formação de Condutores deverão utilizar simulador de direção certificado e homologado pelo Denatran, órgão que também ficará responsável pela fiscalização do cumprimento dos requisitos e exigências que já passaram a vigorar, mas ainda não é realidade.

Em busca de regularizar sua situação, Diogo Vogado, de 28 anos, está pesquisando em autoescolas valores mais baixos para tirar CNH B, ao sair de uma delas contou que apesar de saber da resolução sobre os simuladores, não foi informado pelo vendedor.

“Só me falaram que pode subir, e que talvez nem precise. E se subir, não me deram o valor e nem quando isso pode acontecer, mas para mim o simulador não faz diferença”, afirmou.