A ex-primeira-ministra ucraniana Yulia Tymoshenko, que cumpria pena de sete anos de detenção por abuso de poder, recuperou hoje a liberdade e deixou a clínica na cidade de Kharkiv onde se encontrava desde maio 2012, informou a televisão local.

Previamente, a Rada Suprema (Parlamento) da Ucrânia aprovou resolução para que fossem cumpridos “os compromissos internacionais” que exigiam a libertação de Tymoshenko, em alusão às exigências da União Europeia e Estados Unidos.

Um total de 322 deputados, 22 a mais do que a maioria constitucional de dois terços, apoiaram a resolução que determina o cumprimento dos “compromissos internacionais” de libertação de Tymoshenko, detida desde maio de 2012 em uma clínica na cidade de Kharkiv.

O novo presidente da Rada, Aleksandr Turchinov, braço direito de Tymoshenko, assegurou que a libertação imediata da carismática política era vital, já que “sua vida corria perigo”. A filha de Tymoshenko, Yevguenia, chorou no Parlamento quando os deputados votaram pela libertação de sua mãe.

A Rada já tinha aprovado ontem uma lei de reforma do código penal que abria o caminho para a libertação da opositora, considerada a grande artífice do triunfo da Revolução Laranja de 2004. A princípio, ao ser anistiada da pena que também a impedia de exercer cargos públicos, Tymoshenko poderia se candidatar nas eleições antecipadas que serão realizadas neste ano.

Contra as previsões, Tymoshenko foi derrotada pelo atual presidente, Viktor Yanukovich, nas eleições realizadas em 2010, e em seguida foi processada e condenada pela assinatura de um acordo de gás com a Rússia, que as novas autoridades consideraram oneroso para os cofres do país. Tymoshenko também é acusada de estar envolvida no assassinato do empresário e deputado Yevgueni Sherban em 1996.