Na última sexta-feira (22), o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa fechou um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal. Agora, ele terá que revelar à Justiça mais informações sobre o superfaturamento de contratos da empresa, incluindo detalhes da relação do esquema com os políticos investigados.

Segundo o jornal, Costa, preso pela segunda vez em junho por ter US$ 23 milhões de contas secretas na Suíça, contará tudo que sabe em troca de redução de pena. Os procuradores da Operação Lava Jato escolheram os contratos superfaturados e o caminho pelo qual a propina chegava aos partidos como informação prioritária da delação porque estes são os pontos sobre os quais eles têm menos provas para usar nas ações.

No decorrer da operação, a Polícia Federal apreendeu uma caderneta do ex-diretor com anotações de uma doação de 2010 de R$ 28,5 milhões para o PP. Os recursos, de acordo com documentos do processo, saíram de contratos superfaturados da Petrobras, principalmente na construção da refinaria Abreu e Lima, da qual Costa era um dos responsáveis. O que as autoridades ainda não sabem (e esperam descobrir nos próximos dias) é como o valor foi distribuído aos políticos.