O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, disse neste domingo que os Estados Unidos querem que o povo iraquiano encontre um líder inclusivo para conter a insurgência islâmica arrebatadora, mas Washington não iria adotar ou escolher quem ditará regras em Bagdá.

Kerry falou em Cairo no início de uma viagem ao Oriente Médio, durante a qual ele deve visitar o Iraque, onde militantes sunitas tomaram partes do território e grandes quantidades de armamento das tropas xiitas do primeiro-ministro Nuri al-Maliki.

“Os Estados Unidos não estão envolvidos na escolha ou a opção ou na defesa de qualquer indivíduo, ou uma série de indivíduos, para assumir a liderança do Iraque”, disse Kerry.

“Isso é com o povo iraquiano e temos deixado isso bem claro desde o primeiro dia. Cabe ao povo do Iraque para escolher a sua futura liderança.”

Kerry disse que os EUA, contudo, observaram a insatisfação da liderança atual no Iraque por curdos, sunitas e alguns xiitas. “Os Estados Unidos gostariam que o povo iraquiano encontrasse uma liderança que está preparada para representar todo o povo do Iraque, que está preparada para ser inclusiva e compartilhar o poder.”

Numa coletiva de imprensa conjunta com o ministro das Relações Exteriores egípcio, Sameh Shukri, Kerry também defendeu o envolvimento dos EUA no Oriente Médio, quando lhe foi perguntado se a política dos EUA causou a recente violência no Iraque e Líbia.

“Os Estados Unidos da América não são responsáveis pelo que aconteceu na Líbia, e nem são responsáveis pelo que está acontecendo no Iraque hoje”, disse Kerry.

“O que está acontecendo no Iraque não está acontecendo por causa dos Estados Unidos em termos da crise atual. Os Estados Unidos derramaram sangue e trabalharam duro durante anos para dar aos iraquianos a oportunidade de ter seu próprio governo.”