EUA negam que haja risco de haver guerra civil na Ucrânia

O governo dos EUA negou neste domingo que exista um risco de guerra civil na Ucrânia, como afirmou a Rússia, e assegurou que o aumento de tensões no sudeste do país não teria ocorrido “sem a desinformação russa e seus provocadores”, ao mesmo tempo em que acusou Moscou de “sabotagem do Estado ucraniano”. Em comunicado […]

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O governo dos EUA negou neste domingo que exista um risco de guerra civil na Ucrânia, como afirmou a Rússia, e assegurou que o aumento de tensões no sudeste do país não teria ocorrido “sem a desinformação russa e seus provocadores”, ao mesmo tempo em que acusou Moscou de “sabotagem do Estado ucraniano”.

Em comunicado intitulado “Ficção russa:a sequela; dez reivindicações falsas sobre a Ucrânia”, o Departamento de Estado retomou a fórmula que já usou no mês passado para descreditar as declarações russas que considera falsas, enumerando-as e rebatendo-as ponto a ponto.

Entre elas se encontra a declaração emitida neste domingo pelo Ministério russo das Relações Exteriores de que “depende do Ocidente que seja evitada uma guerra civil na Ucrânia”, perante a deterioração da situação nas regiões russófonas do sudeste do país.

Com relação a isso, os EUA alegaram que “o que está ocorrendo no leste da Ucrânia não estaria acontecendo sem a desinformação russa e a ação de seus provocadores que fomentam a agitação”, ou se “uma grande força militar russa não estivesse apostada na fronteira, desestabilizando a situação através de sua presença ameaçante”.

“Simplesmente não houve protestos em grande escala na região”, e a tomada de edifícios governamentais “não atraíram nenhum apoio popular significativo”, afirmou o Departamento de Estado.

O comunicado desmente também que os agentes russos não estejam ativos na Ucrânia, ao afirmar que “o governo ucraniano deteve mais de uma dúzia de suspeitos de ser agentes de inteligência russos nas últimas semanas, muitos dos quais estavam armados”.

Além disso, nega que as manifestações pró-Rússia estejam compostas unicamente de cidadãos ucranianos, igual aos protestos da praça do Maidan em Kiev, ao afirmar que “páginas da internet russas estão recrutando abertamente voluntários para viajar da Rússia à Ucrânia e incitar a violência” e há “provas de que a muitos deles são pagos” para fazê-lo.

“Está claro que estes incidentes não são espontâneos, mas partem de uma campanha russa bem orquestrada de incitação, separatismo e sabotagem do Estado ucraniano”, acrescentou.

O Departamento de Estado rebateu, além disso, que os separatistas do leste da Ucrânia “tenham grande apoio popular” na região, e asseverou que “65,7% de residentes de Donetsk querem viver em uma Ucrânia unida e rejeitam a unificação com a Rússia, de acordo com enquetes públicas de opinião realizadas em março pelo Instituto de Pesquisa Social e Análise Política” da região.

Segundo os EUA, os protestos pró-Rússia no leste da Ucrânia “foram de tamanho moderado e minguaram segundo o tempo passou”.

O relatório também rejeita a afirmação russa de que ordenou uma “retirada parcial” de suas tropas da fronteira ucraniana, ao indicar que “não há provas que mostrem um movimento significativo das forças russas”.

“(Retirar) Um batalhão não é suficiente. Ao redor de 35 mil a 40 mil soldados russos seguem apostadas ao longo da fronteira, além dos 25 mil soldados que estão agora na Crimeia”, recalcou.

O relatório nega, além disso, que os ucranianos do sudeste tenham estabelecido a “República Independente da cidade de Donetsk”, ao assinalar que essa declaração foi “rejeitada por um amplo e representativo grupo de sociedade civil e ONGs”.

Além disso, o documento rejeita que haja “relatórios críveis” que os russófonos na Ucrânia estejam ameaçados ou perseguidos pelo governo interino de Kiev, e alega que “as etnias russas que estão mais em risco são aquelas que vivem na Rússia e que se opõem ao regime autoritário de (Vladimir) Putin”, que são “acossados constantemente”.

O Departamento de Estado também rejeita que o governo interino da Ucrânia seja liderado por “fascistas”, como afirma a Rússia, ao lembrar que foi eleito pelo parlamento (Rada), que “não mudou” com os protestos do início deste ano.

Por fim, o relatório defende que a Rússia está “usando o gás e a energia como armas contra a Ucrânia”, porque após seu “anexação ilegal da Crimeia”, Moscou “elevou em 80% o preço que a Ucrânia paga pelo gás natural nas últimas duas semanas” e “segue restringindo as exportações ucranianas à Rússia”.

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