“Vou ter que cobrar royalties do governador, porque ele puxou o meu slogan e, na verdade, espero que o governador de todos seja eu”, brincou na manhã desta segunda-feira (9) o pré-candidato do PT ao governo de Mato Grosso do Sul, senador Delcídio do Amaral, quando questionado sobre ‘conversas’ do atual ocupante do cargo, André Puccinelli (PMDB), com pré-candidatos à Presidência da República.

Puccinelli declara-se dilmista e, sempre que pode, ressalta a gratidão que diz ter pela atual presidente e declara voto a ela. Semana passada, no entanto, ele esteve com Eduardo Campos (PSB) e Aécio Neves (PSDB), dois concorrentes diretos de Dilma, que cumpriram agenda em Campo Grande.

Puccinelli tentou evitar que os encontros se tornassem públicos. Oficialmente, foi apenas cumprimentar Campos e, com Aécio, chegou a pedir “uma força” em relação a incentivos fiscais dos Estados.

O PMDB compõe o governo Dilma, mas em Mato Grosso do Sul, onde tem o pré-candidato Nelsinho Trad ao Executivo, fechou aliança com o PSB de Campos. O PSDB, por sua vez, deverá ter Aécio disputando a Presidência, com o deputado federal Reinaldo Azambuja concorrendo à sucessão estadual.

Em 2009, Delcídio usou o slogan “O senador de todos” na campanha que o elegeu. “Mas entendo este gesto dele (Puccinelli), afinal são obrigações que a nobreza exige e, independente do partido dele, é natural que ele faça isso”, continuou o petista em relação aos contatos do governador com os presidenciáveis.

“Mas, nós sabemos que ele vai subir no palanque da Dilma e que o coração dele está em outro lugar”, completou Delcídio, confirmando a visita da presidente a Mato Grosso do Sul – em data ainda não definida.