O ex-chefe do Governo Espanhol Adolfo Suárez teve “uma piora neurológica progressiva” em seu estado de saúde, segundo um boletim médico divulgado na tarde deste sábado pela clínica de Madri onde está internado.

O filho do ex-mandatário, Adolfo Suárez Illana, informou ontem sobre o crítico estado de seu pai, apontou que a morte era “iminente” e situou um horizonte temporário de 48 horas para esse desenlace. O antigo político, figura chave na transição democrática espanhola desde a chefia do governo (1976-81), ingressou na segunda-feira passada em uma clínica devido a uma pneumonia.

Suárez sofre de mal de Alzheimer e desde 2003 não faz nenhuma aparição pública. A deterioração em seu estado de saúde se agravou nos últimos dias e, segundo seu filho, sua vida já está “nas mãos de Deus”. Profissionais de vários meios de comunicação estão postados perante a clínica na qual o está internado, fruto do interesse por esta figura da recente história da Espanha.

O agravamento da saúde do primeiro chefe democrático espanhol após a ditadura de Francisco Franco suscitou uma inundação de solidariedade com o antigo político. Designado chefe de Governo pelo rei Juan Carlos em 1976, Adolfo Suárez impulsionou a reforma política com a implantação de um sistema de liberdades plasmado na Constituição de 1978.

À frente do partido que criou, União de Centro Democrático, Suárez ganhou as eleições de 1977 e 1979 e governou em um período especialmente difícil, no qual a forte crise econômica e o terrorismo extremista condicionaram o clima social e político.

Questionado cada vez mais dentro e fora de seu partido, Suárez renunciou em janeiro de 1981, apenas algumas semanas antes de uma tentativa de golpe de Estado que aconteceu com a entrada de guardas civis no Congresso dos Deputados enquanto era realizada a posse de seu sucessor, Leopoldo Calvo-Sotelo.