Especialistas acham improvável que suspeita de ebola se confirme

Considerando a estabilidade do quadro, no qual se encontra o paciente com suspeita de ebola internado hoje (10) no Instituto Evandro Chagas, especialistas consideram improvável que seja um caso da doença. “Do ponto de vista clínico é improvável que seja ebola, mas o procedimento do Ministério da Saúde está correto em investigar o caso, já […]

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Considerando a estabilidade do quadro, no qual se encontra o paciente com suspeita de ebola internado hoje (10) no Instituto Evandro Chagas, especialistas consideram improvável que seja um caso da doença. “Do ponto de vista clínico é improvável que seja ebola, mas o procedimento do Ministério da Saúde está correto em investigar o caso, já que o paciente teve febre e esteve em um país onde está havendo a epidemia”, avaliou o presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Érico Arruda, enfatizando que não se pode descartar a possibilidade de ser uma nova versão da doença.

Normalmente, entre cinco e 21 dias depois da contaminação, os pacientes com o vírus apresentam os sintomas. “Inicialmente, após o contato e a infecção pelo ebola, o principal sintoma é a febre, que pode vir associada a dor no corpo, de cabeça, nos músculos, de garganta e também náuseas, vômitos e diarreia. Conforme o tempo passa, a pessoa vai tendo sangramentos, que vão desde sangramentos cutâneos, oral, intestinal, podendo dessa forma levar o paciente ao óbito”, explicou a infectologista Naira Bicudo.

No caso do homem de 47 anos que chegou da Guiné ao Brasil, o paciente só apresentou febre no 20º dia depois de sair do país de origem, de onde veio ao Brasil como refugiado político. Segundo o ministro da Saúde, Arthur Chioro, o paciente não teve febre, vômito, diarreia e nenhuma outra queixa desde que foi internado.

Para Arruda, é provável que novas suspeitas cheguem ao país, mas na avaliação dele, o sistema de saúde mostrou-se preparado para receber os casos, tanto na comunicação quanto na ação de remover o paciente para o local adequado.

Apesar disso, o especialista defende que o governo brasileiro talvez precise e que tem condições de descentralizar a execução do exame de PCR, que faz o diagnóstico da doença. Ele explica que inativando o vírus, o risco de contaminação pelo material de exame é descartado e assim o diagnóstico pode ser feito mais próximo de onde se encontra o paciente.

Mesmo assim, para Érico Arruda, o controle está adequado. “Por enquanto, o que se tem a fazer é manter a vigilância muito intensa para em casos febris de pessoas que venham dessas áreas [de epidemia], acionar os órgãos competentes, isolar o paciente e o profissional de saúde usar barreira adequadas para a gravidade da doença”.

O resultado confirmando ou descartando o primeiro caso de ebola no Brasil deve sair até o final da manhã deste sábado (11). O paciente foi atendido no dia 9 em Cascavel (PR). Após a suspeita, ele foi encaminhado para o Instituto Evandro Chagas, no Rio de Janeiro na manhã de hoje.

Do começo do ano até quarta-feira (8) foram registrados 4.076 casos da doença, com 2.316 mortes na Libéria, 2.950 contaminações com 930 morreram em Serra Leoa e no país de origem do paciente, a Guiné, 1.350 pessoas foram contaminadas e 778 morreram com a febre hemorrágica.

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