Especialista alerta para a importância da vacinação na infância e o impacto na vida adulta

Especialistas são unânimes em apontar a vacina como uma alternativa valiosa na prevenção de doenças graves que podem se manifestar em todas as fases da vida. De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), a vacinação é responsável por evitar até três milhões de mortes por ano no mundo. Entretanto, apesar de ser […]

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Especialistas são unânimes em apontar a vacina como uma alternativa valiosa na prevenção de doenças graves que podem se manifestar em todas as fases da vida. De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), a vacinação é responsável por evitar até três milhões de mortes por ano no mundo.

Entretanto, apesar de ser um conceito difundido, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 22 milhões de crianças ainda não recebam imunização contra doenças que podem ser prevenidas. Para entender melhor o assunto que envolve a saúde pública da população, o infecto-pediatra Marco Aurélio Sáfadi, presidente do Comitê de Pesquisa Clínica da Sociedade Latino-Americana de Infectologia Pediátrica (SLIPE), esclarece, as principais questões que envolvem o tema:

1 – Mito: a vacinação é um mecanismo de proteção com foco infantil

A imunização começa na infância, entretanto, é um processo que deve seguir em todas as fases da vida, até a terceira idade, com o objetivo principal de prevenir doenças graves, sequelas e evitar mortes.

2- Verdade: as vacinas combinadas, administradas a partir dos 60 dias de vida, iniciam a proteção do bebê contra mais de um tipo de doença

Chamada de vacina combinada, este tipo de imunização garante, com em uma picada, proteção ao bebê contra várias doenças, entre elas coqueluche, tétano, Hepatite B, doenças invasivas causadas pelo Haemophilus influenzae b, paralisia infantil e difteria. Os pais devem estar atentos às doses subsequentes da vacina, que devem ser feitas com quatro e seis meses. O primeiro reforço entre 15 e 18 meses e o segundo reforço entre quatro e seis anos.

3 – Verdade: o Calendário Básico de Vacinação do Brasil é definido pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) e corresponde ao conjunto de vacinas consideradas de interesse prioritário à saúde pública que são distribuídas gratuitamente da infância à terceira idade

Vale a pena enfatizar que o PNI é um dos mais completos do mundo, contemplando a grande maioria das vacinas hoje disponíveis.

5 – Mito: uma vez imunizado, o indivíduo está protegido por toda a vida contra a doença para a qual a vacina se propõe

Para algumas vacinas, sem as doses de reforço, a proteção acaba comprometida. Algumas vacinas tem uma duração limitada de proteção. O ideal é ter atenção às doses subsequentes, pois elas é que garantirão a manutenção e eficácia de proteção.

6 – Verdade: seguir a carteira de vacinação da infância à fase adulta é sinônimo de proteção contra o aparecimento de várias doenças como: paralisia infantil, tétano, difteria, sarampo, coqueluche (tosse convulsa), rubéola, gripe, meningite, hepatite, pneumonia e até contra alguns tipos de câncer

Os benefícios da imunização em dia vão além da prevenção de enfermidades graves. O câncer do colo do útero, segundo mais prevalente entre as mulheres, atrás apenas do de mama, pode ser prevenido via vacinação contra o HPV.

7 – Mito: os prematuros não podem receber vacinas

A imunização adequada para a criança precoce — mais suscetível a problemas de saúde em comparação ao que nasceu no tempo certo, por exemplo, protege contra doenças respiratórias importantes e garantem a saúde do bebê.

8- Verdade: existe um calendário específico para as pessoas que trabalham em segmentos nos quais o risco de contrair determinadas infecções é maior

Trata-se do chamado calendário ocupacional que é recomendado, segundo a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM), para vários profissionais, incluindo: médicos, enfermeiros, veterinários, garçons, guias de turismo, mergulhadores, salva-vidas e muitos outros.

9 – Mito: se a carteira de vacinação estiver atualizada, o indivíduo não precisa se preocupar antes de uma viagem

Existem vacinas específicas, obrigatórias e recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para quem vai viajar para determinadas regiões e países de todo o mundo. Por isso, assim que o destino for conhecido, o ideal é a pessoa se informar, com a maior antecedência possível, sobre as exigências de vacinação do local visitado. Isso porque muitas vacinas, após a sua administração, levam um tempo para começar a conferir proteção ao individuo vacinado.

10 – Verdade: em alguns casos, os pais ou cuidadores são os principais agentes transmissores de doenças aos filhos

Isso ocorre, por exemplo, com a coqueluche, infecção respiratória de contágio pela fala, tosse ou espirro, que no ano passado teve um aumento de 97% no número de casos no Brasil. Para as crianças, a primeira dose da vacina é recomendada aos dois meses de vida. Entretanto, para aumentar a proteção e garantir a saúde do bebê, a partir deste ano, as gestantes já devem ter direito à imunização gratuita, o que garantiria a transmissão de anticorpos protetores da mãe para o filho.

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