O índice de endividamento geral aumentou no mês de agosto. O Midiamax foi às ruas de Campo Grande e fez uma enquete com 100 pessoas, perguntando se mantêm as contas em dia ou se pagam com atraso. No segundo caso, perguntamos ainda se o atraso é causado pela economia ou se por falta de planejamento.

O levantamento, que não tem rigor científico, ouviu cem pessoas nas ruas centrais da Capital entre as 13 e 18 horas da sexta-feira (12). Os números revelam que mais de um terço dos entrevistados admite não serem pontuais.

O questionamento: “Você tem o hábito de pagar as contas em dias?” mostrou que 27% dos participantes não são pontuais pela falta de planejamento financeiro. Outros 8% informaram que deixam as contar para depois por sentirem-se desfavorecidos pela atual economia. No entanto, a maioria respondeu que sim, são ‘certinhos’ com os credores.

A falta de uma educação financeira pode ser o fator que tenha contribuído a alavancar o número de clientes negativados na cidade. Dados divulgados pela ACICG (Associação Comercial e Industrial de Campo Grande) constataram que até o dia 31 de agosto deste ano 111.193 pessoas estão inadimplentes, 22% a mais do que o registrado no mês de julho. Dos 100 ouvidos pelo Midiamax, 35% estão na mesma situação.

“Eu só compro à vista. Cheguei a juntar em 3 meses R$ 1.200 em moedas para comprar um guarda-roupa sem ter que parcelar”, explicou a vendedora Elza da Silva, de 53 anos. Além de juntar centavo por centavo, a mulher deixou de lado o cartão de crédito e também o talão de cheque. “Vejo que meus filhos vivem endividados por causa do cartão de crédito”, contou.

O fotógrafo Nilson Carvalho Vieira, de 55 anos, também sabe economizar. Mesmo com cartões de crédito, ele garante que nada sai do orçamento. No vídeo ao final da matéria, ele dá dicas para planejar os gastos.

Além de Nelson, para colaborar com os leitores que querem sair do vermelho, mas não conseguem sozinhos, abaixo seguem dicas de economistas que deve ser seguidas para resgatar a auto-estima financeira. (Fonte UOL).

Livrar-se das dívidas exige comprometimento e disciplina

É preciso que se faça um diagnóstico preciso da situação financeira da família e que todos se dediquem a cortar gastos.

Faça um mapeamento da situação

Os especialistas em finanças pessoais afirmam que primeiro passo é fazer um mapeamento das suas dívidas, um diagnóstico preciso de cada uma delas. Há quanto tempo você está endividado? Está devendo para quem? Qual o valor total da dívida? E dos juros? Obter essas respostas é fundamental, diz o consultor financeiro Mauro Calil, para que depois você consiga estabelecer prioridades de pagamento.

Responsabilidade por sua dívida

O endividamento muitas vezes é motivo de vergonha, fazendo com que a pessoa esconda a situação dentro de casa e evite procurar o credor – muitos chegam até a procurar empresas para fazer a negociação. São erros graves. “Foi você que fez as suas dívidas e é você que tem de resolver seus problemas”, diz o educador financeiro Reinaldo Domingos. “É imprescindível reunir a família, para que todos estejam juntos nessa missão”

Abra mão de investimentos

O pagamento da dívida deve ser prioridade, portanto é preciso aproveitar rendimentos extras, como o pagamento das férias ou da restituição do Imposto de Renda, e abrir mão de investimentos. De acordo com o planejador financeiro Marcos Silvestre, por maior que seja o rendimento de uma aplicação financeira, sempre vai compensar mais tirar o dinheiro, quitar a dívida e economizar no pagamento dos juros

Abra mãos de alguns bens

Assim como muitas vezes será preciso abrir mão da poupança para quitar a dívida, no caso de dívidas muito altas ou que já duram muito tempo pode ser necessário tomar precauções com relação a alguns bens. “Busque, no seu patrimônio, bens que podem ser vendidos para quitar a dívida, como um carro, roupas ou até aquela sua coleção de discos de vinil”, aconselha o consultor financeiro Mauro Calil.

Descubra onde é possível economizar

É fundamental reduzir as despesas mensais da família. “Dá para fazer economia até nos gastos essenciais. Nas contas de água, energia elétrica e telefone, por exemplo, existe um excesso de pelo menos 20% que pode ser cortado”, diz o educador financeiro Reinaldo Domingos. “É melhor fazer um rebaixamento intenso da qualidade de vida de forma planejada do que de maneira forçada lá na frente”, afirma o planejador financeiro Marcos Silvestre.

Analise sua capacidade de pagamento

Faça as contas e descubra de quanto dinheiro você poderá abrir mão por mês para pagar as prestações da sua dívida. É normal o consumidor querer pagar o máximo possível por mês, mas isso pode não ser tão fácil de cumprir. Para o consultor financeiro Mauro Calil, o mais razoável é reservar cerca de 70% da renda para os gastos do dia a dia da família e cerca de 30% para o pagamento das prestações.

Estabeleça prioridades

Dívidas mais caras e mais perigosas devem ser pagas primeiro. As mais caras são aquelas com cartão de crédito, por exemplo, que têm juros muito altos. As mais perigosas, diz o planejador financeiro Marcos Silvestre, são aquelas cujo não-pagamento pode gerar alguma penalidade. É o caso, por exemplo, do condomínio, que pode resultar na penhora do imóvel, ou do financiamento da casa própria, que pode até levá-la a leilão.

Cumpra o que foi combinado

“O pior de pagar uma dívida é fazer um acordo e não conseguir cumprir”, diz o educador financeiro Reinaldo Domingos. “Dali a dois ou três meses você estará com o mesmo problema.” Cumprir exatamente o que foi combinado com o banco ou a financeira é, assim, fundamental-assim como evitar novas dívidas enquanto as antigas não forem pagas, acrescenta o consultor financeiro Mauro Calil.

Evite as listas negras

Se você está em dívida com um banco ou uma empresa, seu nome pode ser enviado aos cadastros de proteção ao crédito, mas só se você for avisado antes. O ideal, no entanto, é fazer a negociação antes que isso aconteça, porque ter o nome numa lista dessas impede a tomada de novos empréstimos, por exemplo.