Empresários culpam Prefeitura por falta de estacionamento e movimento fraco no Centro

Após concordarem em participar do Projeto Reviva Centro, empresários dizem que administração não fez sua parte e culpam Prefeitura por queda em empregos, segurança e vagas de estacionamento.

O Projeto Reviva Centro, que teve início em 2009, não passou da troca de fachadas, segundo empresários que participaram nesta segunda-feira (7) da audiência pública na Câmara de Campo Grande para discutir o videomonitoramento.

A discussão sobre a instalação de câmeras para aumentar a segurança do centro da cidade foi somente um dos itens da lista de reclamações dos comerciantes, que alertaram para a perda de até 1,6 mil postos de emprego, mais de 800 vagas de estacionamento e a ‘morte’ do centro após as lojas ficarem fechadas.

O presidente da Associação Comercial João Polidoro afirmou que no início do projeto, 2.250 empresas participavam e atualmente ficaram apenas 1.850. “A noite o Centro morre. Temos que rever a melhora do transporte público para desafogar a quantidade de carros. Já sugerimos que se a antiga rodoviária fosse revitalizada teríamos mais 250 novas vagas de estacionamento”.

Presidente do Conselho do Comércio Central André Moretto criticou a retirada das vagas do canteiro central. “Sou comerciante há 17 anos e esse projeto foi enfiado guela abaixo dos comerciantes. Retiraram todas as vagas de estacionamento, mas não recolocaram”.

Seguindo André, o projeto previa colocar atividades culturais na região para afastar a marginalidade, aumentar a quantidade de lixeiras e outros benefícios. “O comerciante não pode aumentar um metro quadrado da sua loja, não pode alugar salas. Nós já propomos soluções, mas não temos participação”.

Eliza Cury, que representa os comerciantes da antiga rodoviária, desabafou na tribuna e chegou a dizer que os comerciantes não estão mais suportando. “Não podemos e nem temos como tirar os dependentes químicos e prostitutas dali porque este é um problema social”.

O vereador Paulo Pedra (PDT) sugeriu reuniões mensais para que os comerciantes contem sobre os problemas do centro e os vereadores discutam soluções na Câmara. Já Paulo Siufi (PMDB) disse que a culpa pela situação que se instaurou não pode ficar toda nas costas da administração.

“Nós temos a solução há 17 anos, mas precisamos ser ouvidos. O ponto mais importante dessa discussão é que o empresário é obrigado a fazer essas intervenções, mas o poder público precisa fazer também a parte dele”, disse Roberto Oshiro, da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande.

Katiana Ebadin, coordenadora da Central de Programa da Secretaria de Governo da Prefeitura de Campo Grande, afirmou que o projeto inicial previa a retirada de até 3 mil vagas do centro por conta dos corredores de ônibus.

“Hoje, porém, a prefeitura conta com a possibilidade do PAC Mobilidade, de R$ 180 milhões e de um programa de revitalização do Centro avaliado em R$ 128 milhões, ainda a ser feito. Para este último é preciso ter anuência do governo federal”.

Com os projetos, existem outros planos para a região. “Além da revitalização da Rua 14 de Julho, a Planurb vai desenhar um projeto que atenda a curto e longo prazo estacionamentos no Centro. Serão 16 pontos pela cidade com vagas subterrâneas, como na região da Feira Central, Mercadão, Ary Coelho, Rua 15 de Novembro, Paço, Central do Cidadão, antiga rodoviária e Praça do Rádio Clube”, esclareceu Marcos Cristaldo.