Depois de uma manhã sem grandes emoções, com as principais ações travadas pelo vencimento de opções, a bolsa acentuou as perdas à tarde, pressionada por ações de siderúrgicas e do setor elétrico. O feriado do Dia do Presidente nos Estados Unidos retirou boa parte da liquidez do mercado local devido à ausência dos investidores estrangeiros. Entr e os destaques do dia ficaram Brookfield ON, que oficializou oferta para fechar capital; e OGX ON, que entregou na sexta-feira seu plano de recuperação à Justiça.

O Ibovespa fechou em baixa de 1,30%, para 47.576 pontos, com volume de R$ 5,366 bilhões. O giro foi fraco por conta do feriado no exterior, mas seria ainda pior se não fosse o exercício de opções sobre ações, que movimentou R$ 1,760 bilhão, e a oferta voluntária de aquisição de ações da Coelce pela Enersis, que somou R$ 577 milhões.

Entre as principais ações do índice, Vale PNA caiu 0,71%, para R$ 30,74; e Petrobras PN recuou 1,02%, para R$ 14,43. No setor bancário, Itaú PN perdeu 1,26%, para R$ 31,20; Bradesco PN caiu 0,67%, para R$ 26,52; Banco do Brasil ON encerrou em leve alta de 0,04%, a R$ 20,48; e Santander Unit terminou em baixa de 2,47%, a R$ 11,41.

Conforme informou o Valor hoje, a conta bilionária de uma eventual derrota dos bancos no julgamento da correção da poupança nos planos econômicos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) será transferida para o Tesouro Nacional. O julgamento está marcado para os dias 26 e 27.

Cerca de 52% do custo potencial das ações movidas pelos correntistas cabem aos bancos públicos (Caixa e Banco do Brasil) que, com perda patrimonial, teriam de ser capitalizados pela União. As instituições privadas, por su a vez, apenas cumpriram a lei em cada um dos planos econômicos em questão, argumentam dirigentes do setor financeiro.

A Febraban e o Banco Central retomaram, na semana passada, a ofensiva junto ao STF para evitar ou ao menos mitigar os efeitos de uma eventual vitória dos correntistas sobre a saúde do sistema bancário e sobre a atividade econômica. A conta varia de R$ 23 bilhões a R$ 341,5 bilhões, conforme a abrangência da decisão do STF, segundo os cenários montados pela consultoria LCA. Os cálculos da LCA se aproximam das estimativas do Banco Central (R$ 150 bilhões).

Na ponta positiva do Ibovespa ficaram Brookfield ON (18,54%, a R$ 1,47), LLX ON (4,25%) e Ultrapar ON (1,68%). A controladora da Brookfield confirmou na sexta-feira que vai fechar o capital da incorporadora. A empresa já havia sinalizado tal intenção em 27 de janeiro. Na época, afirmou que suas opções incluíam ainda uma capitalização da controlada.

Pelo fato relevante, a oferta pública de aquisição (OPA) das 268,609 milhões de ações ordinárias em circulação será ao preço de até R$ 1,60 por ação, o que embute um prêmio de 29% sobre a cotação de fechamento de hoje. Vale destacar que, na sexta, antes da divulgação do fato relevante, os papéis tiveram forte alta de 5,5%, a segunda maior do Ibovespa, para R$ 1,24.

Usiminas PNA (-5,37%) e o setor elétrico dominaram a outra ponta do Ibovespa: Eletrobras ON (-5,55%), Eletropaulo PN (-4,81%), CPFL Energia ON (-4,77%) e Light ON (-4,70%). Segundo operadores, os investidores estão preocupados com o custo que as distribuidoras terão de arcar pelo uso da energia térmica para compensar a seca nos reservatórios das hidrelétricas. Ainda não está claro como – e se – o governo vai repassar esse custo ao consumidor em pleno ano de eleições.

Fora do Ibovespa, quem chamou atenção foi Óleo e Gás Participações, ex-OGX (-6,89%, a R$ 0,27), de Eike Batista. Além de apresentar seu plano de recuperação à Justiça na última sexta, a OGpar desistiu de vender sua participação na Parnaíba Gás Natural (ex-OGX Maranhão) para o fundo Cambuhy. Agora, a empresa espera realizar a venda da participação por meio de um leilão, que deve acontecer 15 dias após a homologação do plano de recuperação, que está prevista para dentro de 80 dias após a sua apresentação. A Cambuhy participará obrigatoriamente do leilão, que terá lance mínimo de R$ 200 milhões.